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terça-feira, 7 de março de 2017

Mulheres da antiguidade - Hispala Fecênia

Isto é história

Mulheres Audaciosas da Antiguidade
HISPALA FECÊNIA
Vicki León
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Assim como os franceses gostam da cultura americana e ao mesmo tempo a desprezam, os antigos romanos se apropriavam generosamente da cultura grega enquanto sustentavam sérias dúvidas sobre ela. Por exemplo, quando se tratava de religião, os romanos se afastavam assustados das religiões de ritos extáticos e dos ébrios cultos báquicos da Grécia. No mínimo, eles criticavam duramente qualquer pessoa que aderisse a eles.
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Em torno de 186 a.C, quando Roma ainda era uma República, uma jovem escrava chamada Hispala Fecênia tornou-se involuntariamente uma iniciante em ritos báquicos num santuário local, tendo sido levada até lá por seu amo. Hispala não era uma puritana, mas ela atingiu seu cociente máximo de obscenidade quando teve de participar de uma suruba de sexo promíscuo com homens e mulheres desvairados. Originalmente, o culto báquico nem sempre era tão pornográfico assim, era um culto só de mulheres cujos festivais aconteciam durante o dia. Em algum momento, uma sacerdotisa chamada Paula Ânia o havia modificado para uma combinação de Missa Negra e orgia-pornô.
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Não demorou muito, o amo de Hispala morreu e, em seu testamento, a libertou. Hispala adotou a prostituição como carreira, mas sua bolsa não iria se encher com essa atividade. Ela se apaixonou por um doce e jovem vizinho chamado Ebúcio e se tornou sua amante, cobrando-lhe uma taxa especial de “apaixonados”. Sem o conhecimento do rapaz, o padrasto havia esbanjado seus fundos mútuos. Para escapar da prisão, o padrasto pressionou a mãe de Ebúcio: “Querida, faça com que o garoto se envolva em alguma coisa depravada, como um culto báquico, para que ele não dê com a língua nos dentes sobre sua propriedade. Do contrário, serei forçado a tirar suas medidas para um terno de cimento”.
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Logo Hispala ouve dizer que seu namorado não vai estar disponível às noites durante algum tempo em razão dos planos de iniciação da mãe. Horrorizada, Hispala lhe diz que o culto báquico é como o Hotel Califórnia: “Você pode fazer seu check out a qualquer momento que quiser, mas nunca conseguirá sair”. Em pouco tempo Ebúcio já tinha ouvido toda a história picante de Hispala. Ele então entra em confronto com os pais, que o expulsam de casa. Antes que alguém se dê conta, ele e Hispala estão frente ao equivalente a um júri de acusação, sendo entrevistados por um cônsul romano.
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Hispala não estava nem um pouco feliz em divulgar todos os seus segredos, temendo os deuses e, pior ainda, os adoradores báquicos, que amariam despedaçá-la membro por membro se ela revelasse seus segredos. O cônsul promete a ela uma proteção de testemunha classe A, que no final era um quarto no segundo andar da casa de sua sogra (nepotismo?). O caso é conduzido mais serenamente do que um julgamento de mafioso: Hispala dá com a língua nos dentes, e 7.000 homens e mulheres são presos e executados como integrantes de uma conspiração bacanal, como foi descrita. Em vez de um aperto de mão e um obrigado, dizem que o Senador Romano premiou Hispala e Ebúcio com 100 mil sestércios, um final feliz incomum e sem preconceito de sexo.               

A autora
Vicki León
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- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de “A SIBILA DE CUMAS”, um santuário localizado próximo a Nápoles onde teve a sibila mais famosa da antiguidade, cujas profecias eram arrepiantes.
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.

- Todas As imagens foram extraídas do Google.
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