terça-feira, 15 de julho de 2014
Mulheres da Antiguidade - ELISSA
Isto
é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
ELISSA
Vicki León
Considerados
os caixeiros-viajantes do mundo antigo, os fenícios realmente iam para todos os
lugares – isto é, de navio. As garotas fenícias também viajavam um bocado.
Depois de ver a má acolhida que os críticos deram à sua titia Jezabel e seu
destino ainda pior, Elissa, sua sobrinha-neta, decidiu manipular as pessoas e
ver o mundo por meio da diplomacia em vez da provocação.
Logo
ela teve essa chance. Elissa e seu irmão Pigmaleão (não, não é aquele do
musical My Fair Lady) deveriam
dividir o poder quando o seu pai, o rei de Tiro, morresse. Em vez disso, seu
irmão deu-lhe uma chave de braço. Elissa pensou que Acerbas, seu rico marido
sacerdote, a ajudaria, mas ele estava ocupado com empréstimos duvidosos. Isso
deixou Pigui furioso, que por sua vez liquidou com Acerbas e apoiou-se na irmã
para botar as mãos no seu capital.
Elissa
– que neste meio tempo havia silenciosamente organizado uma esquadra de navios
com alguns de seus partidários – carregou suas reservas de ouro no porão de um
dos navios, e depois alinhou sacos cheios de areia no convés de todos os
navios. Atravessando a baía com os navios para encontrar com seu irmão, ela
fingiu estar tendo um acesso de choro pela morte de seu marido, gritando: “Este
dinheiro está manchado com seu sangue – leve-o de volta!” Quando seus criados
prestativamente jogaram o “ouro” ao mar, a tripulação horrorizada soube que
estava frita com relação a Pigmaleão. Elissa sugeriu que tomassem um novo destino
– a ilha de Chipre – e lá se foram eles, sua esquadra, a tripulação e sua
comitiva de nobres – que estavam todos apavorados. Sempre pensando à frente,
Elissa fez umas pequenas compras em Chipre, arrebanhando um sumo sacerdote e
oito virgens para servir à deusa Astarte e ao novo templo que ela planejava
construir.
Mas
onde? Ela ordenou que os navios navegassem para o sul rumo à costa norte da
África, que naqueles tempos era uma costa mais chuvosa e rica, e escassamente
habitada por tribos locais. Num promontório de aparência agradável, Elissa viu
um recanto que achou que poderia usar para alguma coisa e desembarcou para
negociar com os habitantes locais. Achando que tinham encontrado uma otária, os
locais riram em desdém: “Claro, nós lhe venderemos umas terras – mas apenas o
que um couro de boi cobrir”. Esse nível de negociação era brinquedo de criança
para essa vendedora fenícia espertalhona, que pegou uma pele de boi seca,
cortou-a em tirinhas minúsculas, e as estirou num enorme círculo que circundou
o monte que ela havia visto no navio. E voilá
– o início da nova Cartago em torno de 814, a.C.
Naturalmente
foram necessários anos de trabalho duro para que Elissa e seus descendentes
transformassem a terra agreste numa Fenícia Ocidental, mas valeu a pena. Cartago
cresceu, tornando-se uma potência mundial. No seu auge, ela dominou o
Mediterrâneo, especialmente seu lado ocidental. Somente quando Roma iniciou sua
escalada para o poder é que Cartago perdeu seu domínio.
Elissa,
às vezes chamada de Dido por poetas que apareceram mais tarde, de Homero a
Virgílio, é mais conhecida pelos melodramas poéticos sobre sua vida, cujos
detalhes são tão precisos quanto os documentários biográficos padrão de tevê.
A autora
Vicki León
- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da
Antiguidade vai falar de “ARTEMÍSIA I”, rainha de Caria, mulher guerreira que
viveu na Pérsia durante a guerra em 480 a.C entre os gregos e os persas.
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”,
título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de
Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.
- Todas As imagens foram extraídas do Google.
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