Ada, rainha da Caria, no sul da
Turquia, estava se sentindo um pouco aborrecida. Seu irmão-marido Hidreu
tinha morrido havia três anos – o que não foi uma grande perda, mas
recentemente ela havia sido empurrada para fora do seu trono por seu
repulsivo irmãozinho, Pixodaro. Então ela conheceu alguém que estava num
estado emocional ainda pior: Alexandre, o Grande, que passou por lá durante
seu tour de conquista do mundo em
335 a.C. A princípio, o relacionamento entre os dois foi só de negócios – “Se
você jogar Pixo para fora do trono e restaurar meus direitos, terá o meu
voto” – mas, Alex logo fez aparecer o lado maternal em Ada. Ela o estragava
em gestos afetuosos; fazia inúmeras sobremesas de alta caloria (o pobre
garoto tinha sido criado à base de água – não era à toa que era tão magro);
para completar, ela o adotou formalmente. Alexandre, que Deus o abençoe, logo
incendiou toda a cidade capital de Halicarnasso (a moderna Bodrum) e
restaurou Ada aos restos tostados de seu reino.
|
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Mulheres da antiguidade - TECLA
Isto
é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
TECLA
Vicki León
No
início do século I d.C., um feminista extraordinário chamado Jesus praticamente
rompeu os padrões estipulados para os papéis do homem e da mulher. Ele amava as
mulheres, respeitava suas mentes e as impeliu ao crescimento. O movimento
inicial cristão era um lar carinhoso para as mulheres, feliz em aceitar delas
ativismo, trabalho, martírio, doações de dinheiro e casas que usavam como
locais de reunião. Entretanto, logo surgiram líderes, como Paulo de Tarso, o
Sr. “Melhor Casar do que Queimar no Inferno – mas, realmente, seria melhor
deixar as mulheres totalmente de fora”.
Estranhamente,
Paulo tinha uma discípula terrivelmente determinada chamada Tecla. Isso não
significa que você tenha ouvido falar dela – ela não foi mencionada nas cartas
de Paulo. Contudo, o que sabemos de seus escritos pode não ser tudo o que ele
produziu; suas cartas, redigidas entre 50 e 61 d.C., ficaram desaparecidas
durante décadas, ressurgindo no século II para serem incorporadas à escrituras.
Tecla
conheceu Paulo em sua primeira viagem missionária, quando ele foi a Icônio,
cidade natal dela, situada na Ásia Menor, agora chamada Konya, na Turquia, uma
cidade do interior ao norte de Tarso. A jovem se debruçou em sua janela para
ouvi-lo falar e se deixou conquistar. Para provar suas intenções, Tecla rompeu
seu noivado com um “bom partido” e dedicou sua virgindade a Deus, uma atitude
muito popular no início da igreja. Ela passou os dez anos seguintes ensinando,
batizando, construindo a igreja de sua área, aborrecendo sua família classe
média e sendo perseguida. Enquanto isso, Paulo continuava convertendo pessoas e
sendo expulso das cidades por ligas de não-convertidos furiosos.
Tecla
tinha um espírito aventureiro e coceira nos pés. Finalmente, ela convenceu
Paulo a levá-la com ele como companheira de ministério, quando então ele
cortou-lhe o cabelo à escovinha e lhe arranjou uma capa masculina, então
seguiram em direção à Espanha, fazendo mais tarde o circuito do Mediterrâneo
até Éfeso na Ásia Menor. A última parte do roteiro era Roma, onde Paulo perdeu
a cabeça. Embora Tecla tenha passado por momentos de grande risco escapando por
um fio, ela sobreviveu, voltando para o lugarejo remoto de onde viera e
estabelecendo o primeiro monastério para mulheres na Selêucia, costa da
Turquia. Seu grupo se denominou As Apostáticas e desfrutou uma alta distinção
durante séculos, até que algum desmancha-prazeres o chamou de herege.
É
uma pena que não tenhamos um diário desta companheira verdadeiramente corajosa.
O que restou até hoje foi um documento estranho intitulado Atos de Paulo e Tecla, que contém uma pequena quantidade de fatos
sobre um monte de fantasias melodramáticas a respeito dos seus mais de noventa
anos de vida. Pelas suas boas ações, Tecla, a fiel companheira, foi declarada
santa – e é especialmente reverenciada entre os católicos da Turquia.
A autora
Vicki León
- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da
Antiguidade vai falar de “ANTÍIOCA E SUAS COMPANHEIRAS FILANTROPAS”. Foram
mulheres que tiveram uma participação ativa no mundo da filantropia na grande
área colonizada pelos gregos na Turquia.
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”,
título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de
Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.
- Todas As imagens foram extraídas do Google.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário