Aracaju/Se,

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Mulheres da antiguidade - EUDÓXIA

Isto é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
EUDÓXIA
 Vicki León
 
A imperatriz Eudóxia gostava de ser uma líder espiritual para o povo de Constantinopla. Era uma agradável variação da rotina da gravidez (três meninas e um menino em cinco anos) e do marido indolente, Arcádio, imperador da metade oriental do Império Romano (as pessoas comentavam que ele vivia a vida como um frouxo – e esses eram os bons comentários). Havia uma nuvem no céu espiritual de Eudóxia: João Crisóstomo, o arcebispo língua de trapo da cidade, que a estava importunando em seu show. Ele tinha tido o atrevimento de dizer que as mulheres só serviam para procriar e que representavam grandes problemas para qualquer um que estivesse procurando avançar moralmente. Quando ele expulsou Severiano, um de seus sacerdotes de estimação, Eudóxia ficou furiosa. Ela correu para o arcebispo na igreja, jogou o bebê Teo, (herdeiro do trono) em seu colo, e disse: “Se você gosta desse pequenino ser, faça as pazes com Severiano – já!” Eudóxia venceu.
 
Tempos depois, ela cismou com um vinhedo de propriedade de uma pobre viúva e não conseguiu resistir à tentação de tomá-lo. Crisóstomo (“habilidade não é comigo”) a censurou violentamente, chamando-a de Jezabel. Durante a rixa, o imperador manteve um perfil de frouxo, na esperança de que o impasse bispo/esposa desaparecesse. Eudóxia fez com que Crisóstomo fosse exilado, entretanto, depois de sua partida, as multidões que antes a idolatravam se manifestaram a favor de Crisóstomo. Ele voltou, apenas para ser exilado outra vez para a Armênia. Eudóxia só teve seis meses para se vangloriar. Esgotada com os anos de troca de palavras amargas, ela morreu em razão de um aborto em 404 a.C.

A autora
Vicki León


- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de “BERURIA”, uma das poucas mulheres judias a ensinar o Talmude, o texto maciço de comentários do Torá, ou escritas sagradas do Velho Testamento. Ela viveu na Palestina no século II d.C., durante o reinado do imperador Adriano. Ela é autora da célebre frase: “Deus quer a destruição do pecado, não dos pecadores”.
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.
- Todas As imagens foram extraídas do Google.

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