domingo, 12 de abril de 2015
Mulheres da antiguidade - Helena de Drepano
Isto
é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
HELENA DE DREPANO
Vicki León
Com
a idade de 85 anos, a imperatriz Helena eletrizou o mundo cristão do Século IV
d.C. e tornou-se a queridinha dos arqueólogos e agentes de viagens de todos os
cantos, anunciando que havia encontrado um pedaço da Cruz Verdadeira de Cristo
na Terra Santa. Guiada até o local por uma visão, ela também descobriu alguns
pregos sagrados e um manto – imediatamente intitulado O Manto. Bastante bom
para uma mulher que começou a vida como filha de uma garçonete em Drepano, uma
cidade da Ásia menor. A escalada de Helena da taverna para o topo começou
quando ela fez sucesso com um oficial romano (que logo se tornaria imperador)
chamado Constâncio. Eles podem ter casado ou não; de qualquer maneira, após
dezenove anos juntos e o nascimento do filho, Constantino, Constâncio trocou
Helena por um modelo novo e mais bem-montado. Que sujeito fantástico – em vez
de pensão alimentícia para a ex-esposa ou ex-companheira, ele lhe deu uma passagem
só de ida para o lugar onde o diabo perdeu as botas. Durante seu décimo
terceiro ano de exílio, Helena se converteu ao cristianismo.
Em
306 d.C., uma de suas preces foi ouvida: Constâncio morreu. Melhor ainda,
quando seu filho Constantino subiu ao trono – bom menino que era -, ele
instalou sua mãe nas comodidades de Roma. Quando Constantino mudou a capital
oriental para Bizâncio e a rebatizou de Constantinopla, ele homenageou sua mãe
fazendo-a imperatriz e cunhando seu rosto nas moedas. A superdevota Helena
rezava para que seu filho também se tornasse um cristão. Em 312, um dia antes
de uma batalha crucial, durante o descanso de meio-dia, Constantino teve a
visão de uma cruz cercada por escritas celestes que diziam: “Por meio deste
sinal você conquistará” (aqueles que tiverem pouca propensão para milagres,
podem escolher acreditar que era um halo solar cruciforme). No dia seguinte, a
batalha fervia quando uma ponte caiu, e com ela o exército do seu oponente. Não
sendo nenhum bobo com relação a presságios, Constantino rapidamente legalizou o
Cristianismo por todo o mundo romano e acabou com a perseguição oficial da
seita.
Helena,
robusta e feliz, tornou-se sua maior promotora. Já com setenta anos, ela fez
uma jornada até a Terra Santa, tornando-se a primeira verdadeira turista em
séculos. Jerusalém, ainda reduzida a entulho depois que os romanos a
transformaram em pó, não desanimou Helena, que trouxe sua versátil equipe de
demolição e construção. No local onde encontrou a cruz, ela construiu a Igreja
do Santo Sepulcro. Helena então deu um pulo até Belém para procurar o lugar da
manjedoura de Jesus. E vejam só! Ela outra vez conseguiu o que queria. Naquele
local construiu a Igreja da Natividade (ambas as construções, que ainda estão
de pé após 1.700 anos, são respeitadas como dois dos lugares mais sagrados do
Cristianismo).
O
talento de Helena para mistérios religiosos e construção de igrejas também
entusiasmou seu filho, que tratou de construir a primeira igreja de São Pedro
em Roma e outros projetos grandiosamente devotos. Mas foi Helena, a primeira
turista Frommer do Cristianismo, que
teve a influência mais duradoura. Quase sozinha, ela fez da Palestina o destino
número um de peregrinação para os devotos, o que levou séculos mais tarde ao
movimento das Cruzadas.
A Autora
Vicki León
- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da
Antiguidade vai falar de “AS MELÂNIAS”, a velha e sua neta, que se converteram
ao Cristianismo em grande estilo. Tiveram influência sobre a discussão que se
travava na época sobre o que São Paulo queria ou não queria dizer sobre o
Espírito Santo. Elas viveram nos anos 360, d.C.
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”,
título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de
Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.
- Todas As imagens foram extraídas do Google.
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