domingo, 19 de julho de 2015
Mulheres da Antiguidade - Aristonice
Isto
é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
ARISTONICE
Vicki León
Pressagiadora
por excelência, Aristonice, tal como Dear Abby e Ann (com seus programas de
consultas na televisão americana), dava conselhos aos loucos por poder, aos
desorientados e aos amantes abandonados. Como uma componente da longa fila de
pitonisas do oráculo de Delfos, as palavras frequentemente ambíguas de
Aristonice encerravam mais força do que uma nota pessoal do presidente, uma
revelação do papa, ou uma pesquisa Harris de opinião pública. Existiam outros
oráculos importantes ao redor do mundo antigo, e Delfos estava ligado a eles
via serviço de pombo-correio, permitindo a troca ocasional de informações
sólidas para aumentar a satisfação dos clientes, deveríamos dizer, em relação à
precisão mediúnica.
A
carreira de Aristonice como pitonisa transcorreu em torno de 500 a. C. Durante
sua longa história, os requisitos para o cargo mudaram. No início, a pitonisa
tinha de ser uma jovem virgem, até que aconteceu um infeliz incidente
envolvendo um tessálio indisciplinado, quando então as especificações do cargo
foram mudadas apressadamente, requerendo uma mulher madura vestida como uma
virgem (a virgem bem-vestida daquele tempo usava um vestido branco curto acima
dos joelhos e um véu roxo por sobre o rosto). No tempo de Aristonice, as
mulheres escolhidas como pitonisas tinham de ser moralmente puras, com bom
temperamento e boa cabeça para as alturas. Como as sacerdotisas diziam e a
vidente Jeanne Dixon confirmaria, o serviço mediúnico significava uma
existência árdua.
Além
de prestígio, o cargo oferecia um ótimo horário de trabalho; Aristonice
profetizava “ao vivo” somente no sétimo dia do mês, nove meses por ano.
Todavia, havia situações de trabalho difíceis. A OSHA (Occupational Safety and
Health Association) teria fechado o estabelecimento num minuto. Para dar
impulso a seus poderes proféticos, Aristonice tomava um banho de purificação
gelado, depois observava um cabrito ser borrifado com água; se ele tivesse um
calafrio, o oráculo estava aberto para negócios. Aristonice então sentava em um
tripé de ferro e oscilava precariamente por sobre um abismo profundo durante
horas. Ela pode ter mastigado folhas de louro ou respirado os vapores do abismo
ou não. Essas coisas eram encenação; Aristonice era competente, uma médium que
havia aprendido a usar seus poderes ao máximo, provavelmente com ajuda de
sugestão hipnótica e treinamento das duas outras pitonisas disponíveis.
Aristonice
ganhou fama por suas profecias numa época crítica – logo antes da guerra entre
gregos e persas. Duas vezes a delegação ateniense pagou a taxa do oráculo,
somente para ouvi-la dizer em versos enigmáticos que os gregos iam perder até as
calças. Ela realmente lhes fez uma promessa solene quando disse que o sangue
iria pingar do telhado do templo em Atenas e as estátuas transpirariam de medo
– e foi o que aconteceu. Entretanto, aquela atuação foi show bis, e não poder mediúnico. O pronunciamento de Aristonice
fazia parte de um esquema tramado pelo general e líder político Temístocles.
Angariando a ajuda dos oráculos mais respeitados da Grécia, ele assustou os
atenienses fazendo-os seguir sua estratégia na batalha naval – o que proporcionou
aos gregos, que estavam em grande desvantagem numérica, a vitória sobre seus
oponentes persas.
A autora
Vicki León
- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da
Antiguidade vai falar de “GORGO”, que viveu por volta do ano 500 a.C. e era
filha do rei Cleômenes e se tornou uma heroína do povo espartano.
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”,
título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de
Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.
- Todas As imagens foram extraídas do Google.
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