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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Mulheres da Antiguidade - Júlia Balbila

Isto é história

Mulheres Audaciosas da Antiguidade
Júlia Balbila
Vicki León
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O turismo não mudou muito em 4.000 anos. Os viajantes ainda reclamam das acomodações, são atropelados por guias gananciosos, compram lembranças cafonas e deixam pichações para trás. A sangue azul Júlia Balbila não era melhor do que o resto de nós; aliás, sua pichação leva o prêmio de mau gosto pela profanação mais erudita de um local histórico.
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De nobre ascendência greco-romana, Júlia tinha um minúsculo talento para a poesia e um talento maior para bajulação. Ela se tornou amiga íntima da imperatriz Sabina de Roma – íntima o suficiente para acompanhá-la e ao imperador Adriano numa excursão pelo Egito em 130 d.C. A viagem teve suas amolações; o namorado do imperador se afogou no Nilo e teve de ser levado junto como bagagem excedente até que pudessem cremá-lo. Mas Júlia e Sabina ainda puderam ver a grande atração – o Colosso “cantante” de Mêmnon, duas estátuas de dezoito metros de um faraó, danificadas por um terremoto, perto do Vale dos Reis. A cada manhã, o Colosso atraía uma multidão de pessoas com a esperança de ouvir o mitológico Mêmnon “falar” com sua mãe, a deusa do amanhecer.
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Júlia e Sabina finalmente foram sem o imperador, que ainda estava em mau estado por causa de seu namorado. A estátua “cantou” na hora certa com um alto estrondo. Júlia e o resto dos visitantes adicionaram seus autógrafos às estátuas. A maioria dos visitantes escrevia nomes e datas, mas nossa Júlia escreveu um vigoroso poema de cinco versos, elogiando Mêmnon, Sabina, o imperador e a si mesma, trabalhosamente escrito no dialeto grego e no estilo de Safo, morta havia mais de setecentos anos – um tributo ao poder e à longevidade das mulheres poetas e à dispendiosa educação de Júlia.

A autora
Vicki León
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- As próximas postagens de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vão falar das mulheres envenenadoras, poetas, traficantes de influência e modelos de perfeição. Vamos começar com “TANAQUIL”. Viveu no século VII, a.C. Transformou em reis o seu marido Tarquínio, e seu genro, Túlio. Era conhecida como “a rainha boa”.
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.

- Todas As imagens foram extraídas do Google.

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