segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Mulheres da Antiguidade - Sabina
Isto é História
Mulheres Audaciosas da
Antiguidade
SABINA
Vicki León
Durante seis anos Sabina participou de um dos maiores casos de
amor do mundo. Sua única queixa foi o papel – voyeur. Como imperatriz, ela pode assistir ao amore escandalosamente público de Adriano, seu marido cinquentão,
mas travesso, e um jovem garanhão de aspecto mal-humorado chamado Antínoo. Como
é que a esperta e doce Sabina se meteu nesta confusão? Por meio de sua tia
Plotina, a imperatriz anterior, cuja interferência casamenteira a ligou a um
Adriano nada entusiasmado. Entretanto, seu casamento foi à base de supercola,
tendo os dois ficado enredados um ao outro por três décadas, durante as quais o
suprimento de beleza e alegria de Sabina se congelou, transformando-se em mau
humor. Em sua solidão, Sabina fez as coisas mais vingativas que podia imaginar:
não teve filhos – o que não era um truque medíocre naqueles tempos, quando as
únicas garantias de ser bem sucedida eram abstinência, sexo anal ou aborto.
A despeito de se detestarem mutuamente, Sabina e o irrequieto
imperador frequentemente viajavam juntos. Em 130 d. C., Adriano, Antínoo,
Sabina e sua amiga Júlia fizeram uma viagem de barco pelo Egito. Uma noite,
Antínoo foi dar um mergulho no Nilo e nunca mais voltou à tona. Adriano, já
adoentado, enlouqueceu de desgosto: o grupo teve de carregar o corpo no barco,
o que realmente acabou com a animação do roteiro turístico. Antes mesmo que as
cinzas da cremação estivessem frias, Adriano aclamou deus seu companheiro de
brincadeiras do mar Negro – a primeira vez que isso aconteceu para um jovem
joão-ninguém. Logo foi aberta uma cadeia de templos cultuadores de Antínoo ao
redor do Mediterrâneo.
Bastante estranho foi que todos aceitaram a ideia de que
Antínoo havia cometido suicídio. Embora Sabina possa não ter dado nenhum
empurrão, há indícios de que estivesse desejosa disso. Mesmo com Antínoo fora
de cena, Sabina e Adriano nunca se deram bem. Eles arrastaram mais sete anos
juntos até tirarem uma siesta eterna
lado a lado. Com um casamento tépido como esse, é provável que a morte tenha
aquecido seu relacionamento.
A autora
Vicki León
- A próxima postagem de
“Mulheres Audaciosas da Antiguidade” vai falar de PRISCILA, que viveu no século
I d. C., e ousou, junto com o seu marido Áquila, naqueles tempos, ser judia e
cristã. O casal era fabricante de barracas e viviam em Roma. Depois, foi
expulsa de Roma e de outras várias cidades justamente pela sua militância na
religião cristã.
- Do livro “Mulheres Audaciosas
da Antiguidade”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Editora Rosa dos
Tempos.
- As imagens aqui reproduzidas
foram retiradas do Google.
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