quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Mulheres da Antiguidade - Antíoca & suas Companheiras Filantropas
Isto
é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
ANTÍOCA & SUAS COMPANHEIRAS FILANTROPAS
Vicki León
Tente
imaginar um mundo sem chocolate – um dos muitos obstáculos à felicidade, que as
mulheres da antiguidade ao redor do Mediterrâneo tinham de enfrentar. A
carência de sobremesas, do privilégio de votar e de outros itens fazia da vida
um verdadeiro desafio para as mulheres. Por outro lado, muitas mulheres de
posse trabalhavam para melhorar a qualidade de vida dos outros. Graças a uma
tradição chamada liturgia, as pessoas ricas consideravam uma honra sustentar
custos municipais num sistema rotativo, para projetos custosos como abastecer
ginásios e termas com óleos custosos, construir e consertar edifícios e
estruturas públicas, prover fundos para festivais de drama e música, aparelhar
as esquadras navais e subsidiar programas de alimentação. O que as mulheres
recebiam além de um reflexo de esplendor filantrópico? Gratidão pública,
reconhecimento (placas, decretos, estátuas e inscrições) e honras, desde as
melhores cadeiras no teatro ao título de cidadã honorária. As liturgias
realmente de primeira classe ligavam seu nome ao ano de seu serviço. Seis
pessoas de cidades ao redor da Ásia Menor, a enorme área colonizada pelos
gregos na Turquia atual, são exemplos típicos das mulheres altruístas daquela
época.
Como
administradora e ginasiarca, Antíoca de Dorileo lubrificou um bocado de mãos –
com azeite de oliva, isto é, a versão grega do sabão. Em vez de se ensaboar, as
pessoas se exercitavam, se banhavam, se besuntavam com óleo e o retiravam
raspando o corpo com uma engenhoca chamada strigil.
Antíoca financiava o fluxo diário de óleo ao ritmo de 157 mililitros por
mulher; em sua cidade, as mulheres até mesmo tinham seu próprio ginásio.
Além
dos deveres por ser uma sacerdotisa de Hera pelo resto da vida, Tata também
pagava por prazeres seculares, subsidiando o óleo para os atletas da cidade e
patrocinando inúmeros banquetes para os cidadãos de Afrodisia (com sofás para
todos se refestelarem!). Em certas ocasiões, essa czarina do entretenimento
importava dançarinos e atores de renome para os eventos, às suas próprias
custas.
File
de Priene tornou-se a primeira magistrada feminina da cidade. Com seus próprios
recursos, ela construiu o primeiro reservatório d’água e aqueduto de sua
cidade. A infraestrutura criada por File sem dúvida foi bem-vinda neste centro
urbano tipicamente grego, com termas públicas e ginásios que engoliam água aos
borbotões.
Júlia
Severa viveu em Acmonéia, próxima ao mar Negro. Em torno de 60 d.C., no reinado
de Nero, ela foi nomeada magistrada financeira da cidade. Júlia deve ter doado
uma fortuna, pois seu nome apareceu até mesmo nas moedas locais.
Menodora
de Sillyon já havia ocupado quatro cargos religiosos e três públicos como liturgista
quando seu filho morreu. Então ela transformou seu pesar em auxílio para a
nutrição das crianças de sua cidade, financiando um gigantesco programa de
alimentação. Somando tudo, sua generosidade totalizou uns 520 mil denários.
Arquipe,
outra garota generosa da cidade costeira de Cime, foi exaltada efusivamente por
suas boas ações, que incluíam comida e bebida de graça para todos os cimianos.
Os editais até mesmo listam as quantias que ela gastou – talvez seja um pouco
vulgar fornecer os preços do fornecimento de comida, mas as pessoas gostavam de
números concretos.
A autora
Vicki León
- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da
Antiguidade vai falar de “BERNICE”, princesa judia que viveu no século I, d.C.
Casou várias vezes, mas gostava mesmo era o fazer amor com o seu irmão Agripa
II. Apaixonou-se por Tito, o imperador, pensando na possibilidade de ser a
rainha em Jerusalém. Não deu certo, passando os seus últimos dias na Gália,
onde morreu aos 72 anos.
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”,
título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de
Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.
- Todas As imagens foram extraídas do Google.
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