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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Mulheres da Antiguidade - Fúlvia

Isto é história

Mulheres Audaciosas da Antiguidade
FÚLVIA
Vicki León
É improvável que você tenha ouvido falar de Fúlvia – uma decadente encantadora cuja velocidade para passar por dinares e maridos (entre eles Marco Antônio) chamou a atenção até de romanos indiferentes. Como outras companheiras de pré-celebridades, seus feitos foram ofuscados pela atração principal que seguiu suas pegadas matrimoniais – Cleópatra VII.
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Marco Antônio foi o companheiro número três de Fúlvia. Cúrio, seu maridinho anterior, quando mais jovem, havia sido amigo íntimo de Marco Antônio. Amigos realmente íntimos. O pai de Cúrio tinha ficado uma fera com o intenso relacionamento homossexual dos dois – e com as tentativas de Marco de sugar seis milhões de sestércios de seu amante.
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Fúlvia e Marco Antônio tinham outras coisas em comum além de Cúrio: eles adoravam dinheiro, festas e poder, mesmo que isso significasse provocar revoltas, guerras ou confusão. Quando Júlio César morreu, Marco Antônio ficou com o mapa de mina para alcançar o topo. Primeiro ele e Fúlvia revigoraram suas respectivas fortunas, mergulhando no dinheiro que Júlio César havia deixado para ele. Depois sugaram os recursos do Estado até a exaustão e começaram a vender os bens estatais. O celeiro de pechinchas de Fúlvia e Marco Antônio ficou conhecido como parada única para a compra de títulos, privilégios e imóveis – e até mesmo cidades. Naturalmente, esses abusos grosseiros levaram a expurgos, vendettas e guerras – afinal, isso era a Itália. Entre aqueles que foram assassinados estava o famoso orador Cícero, que falou tantas coisas maliciosas sobre Marco que Fúlvia atravessou sua língua com um alfinete quando o assassino entregou a cabeça de Cícero para ela.
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Sem nunca ter sido fiel a apenas uma esposa, amante ou a um só sexo, Marco Antônio ficou ainda mais ocupado a partir de 42 a.C., se revezando entre Fúlvia e família e a nova amante, Cleópatra, no Egito. Fúlvia se mantinha ocupada travando uma pequena guerra contra Otaviano em nome de Marco – de um lado como manobra do tipo “volte para casa para os braços da mamãe”, e de outro para deixar seu marido saber que os divertimentos de grande ação ainda estavam em Roma. Finalmente ela perdeu e fugiu para Atenas, onde ela e Marco tiveram um encontro amargo antes que ele se perfilasse para lutar na Itália. Esgotada por todos esses esforços (não é fácil ser ruim assim), Fúlvia morreu em razão de uma doença em 40 a.C. Sempre galante, o novíssimo viúvo Marco apresentou a seu oponente Otaviano a versão de que Fúlvia era a culpada por toda aquela confusão. Otaviano, que por acaso tinha uma irmã recém-enviuvada andando melancólica pelos cantos, respondeu: “aceito a sua história, se você aceitar a minha proposta”. Resultado final: Marco Antônio tomou Otávia como nova esposa, quase no mesmo momento em que Cleópatra estava dando à luz seus gêmeos. Competindo com uma vida tão monumentalmente desordenada, não é de admirar que Fúlvia tenha desaparecido pelas brechas da história.      
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Faustila, a agiota da antiguidade 

Pompéia pode não ter se vangloriado de oferecer cartões de crédito ou abatimento para carros, mas tinha agiotas do tipo mais voraz possível. Faustila foi uma das pessoas que conquistaram proeminência sombria por suas transações de negócios inflexíveis. Os piores agiotas, como Faustila, tinham suas bases de trabalho nos antros de jogatina ou nas tavernas, frequentemente usando as paredes em lugar de documentos escritos em papel. Faustila frequentava diversos antros de jogatina em sistema rotativo, por isso suas transações aparecem em várias paredes da cidade. Empréstimos de quinze e vinte dinares eram típicos de um dia de trabalho. Ela cobrava juros mensais, que saíam a 45 por cento ao ano. Competente no departamento de garantias, Faustila recolheu brincos, um relógio e um capuz de uma cliente desesperada como garantia pelo empréstimo. Esses detalhes foram devidamente anotados em paredes que sobreviveram à destruição de Pompéia, em 79 d.C., provando que os agiotas realmente vivem para sempre. 

A autora
Vicki León
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- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de “SULPÍCIA”, que viveu em torno do ano 15 a.C. na Roma Antiga, e se dedicou à arte poética, levado por Marco Messala, o seu mecenas.  
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.

- Todas As imagens foram extraídas do Google.

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