terça-feira, 3 de outubro de 2017
Mulheres da Antiguidade - Musa
Isto
é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
MUSA
Vicki
León
A
ascensão da carreira de Musa começou no último degrau da escada – como escrava
numa residência romana do século I a.C., possivelmente como propriedade do
próprio Júlio César. Quaisquer que fossem suas imperfeições, Júlio tinha um
coração mais bondoso do que a maioria dos donos de escravos, que realmente eram
quase todas as pessoas. Certa ocasião, ele foi jantar na casa de um sujeito
rude chamado Pólio, cujo escravo acidentalmente quebrou uma taça de cristal.
Enfurecido, Pólio ordenou que o garoto fosse jogado como comida de peixes num
lago com enormes enguias lampreias. O garoto correu para César, suplicando para
morrer de forma menos horripilante. Júlio respondeu libertando o garoto, aterrando
o lago fatal, e fazendo com que quebrassem o resto das taças de cristal de
Pólio em sua presença.
Imperador Heliogábalo
Os
escravos tinham realmente uma vida dura: eles podiam ser espancados, marcados a
ferro por terem fugido, usados e abusados sexualmente, torturados se seu
testemunho fosse necessário para fins legais e forçados a fazer tudo quanto é
tipo de serviço sujo e perigoso. Séculos mais tarde, os escravos de fato
serviram de comida de peixe em ocasião: o Imperador Heliogábalo adorava um
prato de congros que eram engordados com escravos cristãos.
Muitos
fatores mantinham a multidão de escravos reaquecida ao longo dos tempos
antigos, incluindo-se pirataria, prisioneiros de guerra, pobreza, bebês
enjeitados e bebês nascidos de outros escravos. Do lado positivo, os escravos
às vezes tinham chances de melhorar suas posições e de se tornar livres.
Frequentemente, os donos os libertavam em seus testamentos, ou, anteriormente,
os escravos podiam fazer trabalhos autônomos e comprar seu passe de saída da
servidão. Homens e mulheres libertados, nas sociedades de Roma, Pérsia e
Mesopotâmia, tradicionalmente preenchiam postos nos mais altos níveis
administrativos.
Escrava
jovem, Musa tinha dotes físicos óbvios em seu curriculum vitae. Sua aparência motivou Júlio César a escolhê-la
como um presente de “Alô, bem-vindo a Roma” para o potentado visitante, Fraates
IV. Este velho cavalheiro do reino de Pártia (agora região nordeste do Irã)
estava na cidade para bater um papo com Julio sobre seu novo status como Estado
vassalo em dívida com o Império Romano.
No
momento em que recebeu seu prêmio em casa, Fraates já havia feito Musa pular um
ou dois degraus acima na escada. Ela se tornou primeira concubina, depois
esposa legal, depois mãe de seu filho, Fraataces. O rei Fraates já tinha um
bando de outros filhos legítimos, mas logo Musa os tirou do caminho com a
seguinte sugestão: “Querido, vamos mandar seus
meninos para Roma como garantia de sua fidelidade”. Proveniente de uma longa
linha de parricidas, o choque não poderia ter sido maior para o rei Fraates,
quando Musa e seu filho aderiram ao estilo assassino e o transformaram
devidamente em pó. Para proteger seu investimento, Musa então casou com o
próprio filho, tornando-se governante de Pártia junto com ele – nessa
associação não havia limite de ascensão – e cunhando uns retratos ótimos de si
mesma em moedas mãe-filho. Nos tempos de Musa, as pessoas progrediam usando
táticas criminosas que eram mais de caráter prático do que corporativo – acho
que isso fazia dela uma jovem assassina em ascensão.
A autora
Vicki León
- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da
Antiguidade vai falar de “FÚLVIA”, uma mulher encantadora que tinha uma veloz
capacidade de mudar de marido endinheirado e poderoso. Mandou e desmandou ao
lado de um dos seus maridos, Marco Antônio, no império Romano. Foi ofuscada,
entretanto, por Cleópatra VII, tudo isso nos anos 40 a.C.
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”,
título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de
Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.
- Todas As imagens foram extraídas do Google.
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