Depois de Cristo,
durante seis séculos os calendários continuaram sendo assuntos locais.
Comunidades individuais gregas e romanas etiquetavam cada ano com o nome de
seu mais alto magistrado, fazendo uma referência cruzada de um determinado
ano para eventos maiores, como as Olimpíadas. A nomeação como mais alto
magistrado dava um enorme prestígio à pessoa. Este cargo foi ocupado por
Plância Magna na cidade de Perge na Ásia Menor, em aproximadamente 120 d.C.
Filha de um governador, essa mulher brilhante e diligente esteve envolvida em
diversas atividades: magistrada, sacerdotisa de Ártemis, sacerdotisa pública
e construtora e benfeitora de um magnífico complexo de entrada no portão sul
de Perge. De encontro aos muros da cidade foram alinhadas estátuas da família
imperial e dos próprios ancestrais de Plância, além de três estátuas da
própria Plância. Essas coisas aconteceram “no ano de Plância Magna” – soa
bonito, não é?
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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Mulheres da Antiguidade - PUDUHEPA
Isto é história
Mulheres
Audaciosas da Antiguidade
PUDUHEPA
Vicki León
A realeza dos tempos
antigos frequentemente arranjava casamentos como nós pedimos pizza – para sua comodidade. Entretanto,
ocasionalmente o casamento vinha com ingredientes extras. No caso da rainha
Puduhepa, seu companheiro de vida inteira deu-lhe respeito, amor e uma boa dose
de amplitude legal e de poder compartilhado.
Tudo isso aconteceu
em torno de 1300 a.C. – ou há 3.300 anos – em território hitita. Os hititas
controlavam um enorme pedaço do que agora chamamos de Turquia. Ao sul, os
faraós controlavam o Egito e a Núbia. Os dois poderes manobravam para conseguir
a Síria e Israel, a região intermediária (esta pode ter sido a época do êxodo,
mas ninguém tem certeza).
Filha de um
sacerdote, Puduhepa cresceu até tornar-se mulher na cidade costeira de
Kizzuwatna. Ela tinha sido sacerdotisa durante anos quando se casou com o
quarentão, rei Hattisili, e foi morar em Hattusa, a capital. Eles iriam
governar em sociedade por 24 anos. Quando digo “em sociedade” não é um exagero;
Puduhepa não se entretinha com bobagens do tipo circuito de chás beneficentes,
inaugurações de hospitais e jantares com galinhas borrachudas. A rainha tinha
uma função legal para intervir em negócios de Estado e administrar as
propriedades reais, além de supervisionar os afazeres domésticos. Bem-educada,
interessada em literatura e na história hitita, Puduhepa mantinha uma intensa
correspondência internacional com suas similares reais no Egito e em outros
lugares, e assinava as cartas do rei com seu próprio selo real. Puduhepa também
evitou os problemas com sogras que algumas hititas reais tiveram. Quando uma
rainha vivia mais tempo do que o rei, as coisas ficavam difíceis, porque a
esposa do novo rei não podia ser rainha até que a rainha viúva tivesse morrido.
Toda nação, em seu
tempo, anseia por prosperidade e paz, e Naptera, uma das filhas de Puduhepa, se
tornou o símbolo visível dessas circunstâncias. Após anos de negociação, os
hititas e egípcios assinaram um tratado de paz que foi coroado com o casamento
de Naptera com o faraó Ramsés II.
A capital hitita
ainda está por ser descoberta; somente suas cartas, documentos jurídicos e
religiosos, inscrições e outros escritos feitos no barro se tornaram
conhecidos. Eles revelam que os hititas eram controladores maníacos, com
sistemas elaborados de fiscalização de salários e preços, um conjunto de leis
escritas, regras para conduta social e rituais para todas as atividades. Ao
mesmo tempo, suas cartas retratam um lado amável e humano. Tome como exemplo
esta frase escrita por Hattisili, marido de Puduhepa, na qual ele diz o
seguinte sobre seu cônjuge: “Deus nos concedeu o amor de marido e mulher, e
tivemos filhos e filhas”.
A Autora
Vicki León
A
próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de DÉBORA, que
viveu em Israel no século XII a.C. Ela foi juíza, líder de guerra, profetisa,
vidente, além de uma estrategista muito competente.
(**)
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women
of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos
Tempos, 1997.
(***)
Todas As imagens foram extraídas do Google.
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