Isto é História
Aracaju Romântica que Vi e Vivi
Tipos Populares
JOÃO
MARQUES GUIMARÃES
O Pulga Prenha
Murillo
Melins
Advogado,
professor, promotor público e palaciano. Era um gordo simpático que cativava o
público com sua oratória brilhante, empolgando aos que o ouviam, com imagens
bonitas e bem colocadas. Sua fama de bom orador vinha desde quando estudante de
Direito em Salvador, liderando os colegas nos movimentos universitários. Já
naquela época, era portador de uma grande pança, razão pela qual lhe deram o
Apelido de Pulga Prenha.
Na
administração do interventor Cel. Juracy Magalhães, quando estudantes
reivindicavam algumas aspirações para a classe, o acadêmico Marques Guimarães
fez um discurso inflamado, razão porque foi detido pela Polícia Baiana, por
estar subvertendo a ordem pública. Na prisão, lembrou-se de que em certa
ocasião tinha sido ouvido e elogiado pelo interventor Juracy, num de seus
discursos na Faculdade de Direito. Pediu ao carcereiro que fizesse uma ligação
telefônica, pois desejava falar com o Cel. Juracy, de quem era amigo. Quando o
interventor atendeu a chamada e perguntou quem estava na “linha”, ele
respondeu: é o Marques Guimarães. Do outro lado, o interlocutor disse: não
lembro de ninguém com esse nome. O Marques, vendo que tinha outro jeito de se
identificar, disse: é o Pulga Prenha,
Excelência. - Agora já sei, vou mandar soltá-lo.
Desde
os tempos da ditadura Vargas, Marques Guimarães frequentava o Palácio,
primeiro, como Diretor do DEIP (Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda), permanecendo nos anos da
democracia, na função de chefe de gabinete dos governadores, até a ditadura
militar como assessor de imprensa. Como bom gastrônomo, dizia que comida boa
era a do Palácio. Fazia parte das comitivas dos governadores ao interior do
Estado, ocasião em que comia e bebia bem, sempre após ter feito um discurso
elogiando os anfitriões.
Quando
em campanha pela Presidência da República, passou pelo nosso Estado o candidato
udenista Jânio da Silva Quadros, que foi saudado com improviso brilhante feito
pelo Dr. Marques Guimarães. O visitante ficou tão impressionado com o dom da
oratória de Pulga Prenha que
perguntou ao Governador Leandro Maciel se poderia incorporar à sua comitiva,
que andava percorrendo o Brasil, aquele ilustre orador. Ele foi liberado pelo
governador, mas pelo fato de a família não concordar com a ida de Marques, o
“homem da vassoura” deixara de contar em sua caravana com o grande tribuno
palaciano.
O autor
Murillo Melins
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Na próxima postagem você vai conhecer o
advogado e cronista social CARLOS
HENRIQUE (BONEQUINHA), que durante alguns anos revolucionou a crônica
social de Aracaju, com asa suas fofocas e notícias da sociedade.
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Do livro “Aracaju Romântica que vi e vivi”, de Murillo Melins, 4ª. Edição,
2011, Gráfica J. Andrade.
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As imagens aqui reproduzidas foram retiradas do Google.
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