Aracaju/Se,

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Em nome do Pai

Artigos pessoais
Em nome do Pai
Clóvis Barbosa

Walt Whitman

Duas visões poéticas sobre Deus. Uma, do brasileiro nascido no Rio de Janeiro, Casimiro José Marques de Abreu (1839-1860), pertencente à segunda geração da escola romântica. A outra do americano nascido em West Hills, Walt Whitman (1819-1892), considerado o grande poeta da Revolução americana. De Abreu: “Eu me lembro! Eu me lembro! – Era pequeno e brincava na praia; o mar bramia, e, erguendo o dorso altivo, sacudia, a branca espuma para o céu sereno. E eu disse a minha mãe nesse momento: ‘Que dura orquestra! Que furor insano! Que pode haver de maior do que o oceano ou que seja mais forte do que o vento?’ Minha mãe a sorrir, olhou pros céus e respondeu: - Um ser que nós não vemos, é maior do que o mar que nós tememos, mais forte que o tufão, meu filho, é Deus”. De Whitman: “Quero fazer os poemas das coisas materiais, pois imagino que esses hão de ser os poemas mais espirituais. E farei os poemas do meu corpo e do que há de mortal. Pois acredito que eles me trarão os poemas da alma e da imortalidade. E à raça humana eu digo: - Não seja curiosa a respeito de Deus, pois eu sou curioso sobre todas as coisas e não sou curioso a respeito de Deus. Não há palavra capaz de dizer quanto eu me sinto em paz perante Deus e a morte. Escuto e vejo Deus em todos os objetos embora de Deus mesmo eu não entenda nem um pouquinho...”.
Aracaju-Sergipe

Quem tem o privilégio de vivenciar nas manhãs chuvosas de Aracaju o espetáculo oferecido pela natureza, não teria e não terá qualquer dúvida sobre a presença de Deus no nosso cotidiano. As nuvens espessas não permitem o surgimento do sol que, teimoso, procura nas brechas, por menor que sejam, desvirginá-las através dos seus raios até o momento que surge radiante, imponente, retumbante. Fantástico! Sinto na pele, na minha corrida matinal, ao passar pelas árvores que margeiam o rio na Avenida Beira Mar, este cenário grandioso, belo e emocionante. De repente, na direção oeste, do fundo do Parque da Sementeira, surge, altaneiro, com suas cores vibrantes, multicolorida, um dos maiores fenômenos, óptico e meteorológico, da natureza, o arco-íris. É um espetáculo indescritível. Às vezes penso como alguém pode achar um dia de chuva feio. Nada disso, um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos cumprem um papel, o mesmo papel, o de falar com você, em nome de Deus. As árvores, as flores, o sol, o luar, os montes, o mar, o rio e todos os fenômenos da natureza são as ferramentas criadas para lhe dar a oportunidade de se encontrar, de ser humano, na maior acepção do termo. Aprendi, com a vida, depois de muito tempo, que a raiva e o ódio destroem e desagregam a nossa vida e do outro. A amargura não vale a pena, não traz solução, só dificuldades.
Massacre de Ruanda-África

Não se entende o porquê de tantas atrocidades pelo mundo afora e que tanta vergonha já causou à humanidade. Muitas delas praticadas em nome do Pai. Alguns casos são inexplicáveis e mostram a involução do homem enquanto seres humanos: O assassinato, na Segunda Guerra Mundial, pelos nazistas, liderados por Adolph Hitler, de 6 milhões de judeus entre 1939 e 1945; a matança de 200 mil bósnios, 2 milhões de refugiados e o estupro de 40 mil mulheres pela milícia e exército sérvio durante a queda da antiga Iugoslávia, entre 1992 e 1995; o massacre de Ruanda, em abril de 1994, quando 700 mil tútsis foram mortos e 200 mil foram refugiados, crime praticado pelas milícias hútus, numa das maiores barbáries praticadas por um grupo étnico contra outro do mesmo País; a morte em massa de 1,5 milhão de armênios e de 500 mil deportados, praticados pelos turcos otomanos; o regime de terror instaurado no Timor Leste, uma  ex-colônia portuguesa situado no sudeste asiático, pela Indonésia, fez com que 150 mil timorenses fossem assassinados entre 1975 e 1999; Entre 1975 e 1979, o exército do Khmer Vermelho matou 1,7 milhão de cambojanos sob as ordens de Pol Pot, líder comunista que apoderou-se do poder no Camboja; e o genocídio ocorrido na Ucrânia entre 1932 e 1933, a mando do ditador soviético Joseph Stalin, onde 3 milhões de ucranianos foram massacrados.
A inquisição foi outro acontecimento que envergonhou a humanidade, onde 30 milhões de pessoas foram assassinadas no período mais obscurantista e corrupto da igreja católica. O pior é que esses crimes bárbaros foram praticados em nome do Pai, contrariamente a todo o seu ensinamento. Não existe em lugar algum das Sagradas Escrituras qualquer ato desse jaez praticado por Jesus Cristo ou determinado aos seus seguidores. Em nenhum momento do Novo Testamento qualquer dos seus Apóstolos deu essa instrução à Igreja. Em Lucas, há uma passagem onde dois discípulos de Jesus, Tiago e João, estavam aborrecidos porque algumas cidades  se recusaram a ouvir sua mensagem e indagaram o Senhor sobre a possibilidade da descida de fogo do céu para consumir seus habitantes. Jesus não gostou do que ouviu e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o filho do homem não veio para destruir as almas dos homens. Essa dívida impagável tem a igreja católica com a humanidade e com Deus. Durante mais de seis séculos perseguiu e matou milhões de pessoas. Não estamos aqui para manipular a palavra sagrada, mas para, em seu nome, do Filho, e do Espírito Santo, louvar e agradecer, bendizer e adorar. Em Mateus, Jesus anuncia o tipo de “espírito suave” que deixou como exemplo para todos nós: “...Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Em nome do Pai.

(*) – Publicado no Jornal da Cidade, Aracaju-SE, edição de 2 e 3 de setembro de 2012, domingo e segunda-feira, Caderno A, página 7.  
(**) – Publicado no Blog Primeira Mão, postado em 02 de setembro de 2012 às 18:58:32. O site é: http://www.primeiramao.blog.br/post.aspx?id=4445&t=em-nome-do-pai


En el nombre del Padre
Clóvis Barbosa

Walt Whitman

Dos visiones poéticas sobre Dios. Una, del brasileño nacido en Río de Janeiro, Casimiro José Marques de Abreu (1839-1860), perteneciente a la segunda generación de la escuela romántica. La otra, del estadounidense nacido en West Hills, Walt Whitman (1819-1892), considerado el gran poeta de la Revolución norteamericana. Dice Abreu: “¡Me acuerdo! ¡Me acuerdo! - Era pequeño y jugaba en la playa; el mar bramaba y, elevando su dorso altivo, sacudía la blanca espuma hacia el cielo sereno. Y le dije a mi mamá en ese momento: ‘¡Qué impactante orquesta! ¡Qué furor insano! ¿Qué puede ser más grande que el océano o más fuerte que el viento?’Mi madre sonriendo, miró hacia el cielo y me contestó: - Un ser que no vemos, que es más grande que el mar que tememos, más fuerte que un ciclón, mi hijo, es Dios”. Dice Whitman: “Quiero hacer los poemas de las cosas materiales, pues imagino que estos han de ser los poemas más espirituales. Y haré los poemas de mi cuerpo y de lo que es mortal. Porque creo que me traerán los poemas del alma y de la inmortalidad. Y digo a la humanidad: ‘No seáis curiosos respecto de Dios, pues yo soy curioso sobre todas las cosas y no soy curioso respecto de Dios. No existe palabra capaz de expresar cuán en paz me siento ante Dios y la muerte. Escucho y veo a Dios en todas las cosas aunque a Dios no lo comprendo en lo más mínimo…”.

Aracaju-Sergipe - Brasil

Quien tiene el privilegio de vivenciar en las mañanas lluviosas de Aracaju el espectáculo que ofrece la naturaleza, no tendría y no tendrá ninguna duda acerca de la presencia de Dios en nuestro día a día. Las densas nubes no permiten el surgimiento del terco Sol, que busca en las brechas, por más pequeñas que sean, desflorarlas con sus rayos hasta el momento en el que aparece radiante, imponente, retumbante. ¡Fantástico! Siento en la piel, en mi carrera matinal, al pasar por los árboles que bordean el río en la Avenida Beira Mar, este escenario grandioso, bello y emocionante. De repente, en el oeste, desde el fondo del Parque da Sementeira, surge, altanero, con sus colores vibrantes, multicolores, uno de los mayores fenómenos, óptico y meteorológico, de la naturaleza, el arco iris. Es un espectáculo indescriptible. A veces me pregunto cómo alguien puede considerar feo un día de lluvia. Nada de eso, un día de lluvia es tan hermoso como un día soleado. Ambos juegan un papel, el mismo papel, el de hablar con usted, en nombre de Dios. Los árboles, las flores, el sol, la luna, las montañas, el mar, el río y todos los fenómenos de la naturaleza son las herramientas creadas para darnos la oportunidad de encontrarnos, de ser humanos, en la acepción más completa del término. He aprendido, de la vida, después de mucho tiempo, que la ira y el odio destruyen y desintegran nuestra vida y la del otro. La amargura no merece la pena, no trae soluciones, sólo dificultades.
Massacre de Ruanda-África

No se entiende el por qué de tantas atrocidades en el mundo, que tanta vergüenza ya han causado a la humanidad. Muchas de ellas llevadas a cabo en el nombre del Padre. Algunos casos son inexplicables y muestran la involución del hombre como ser humano: El asesinato en la Segunda Guerra Mundial, por los nazis, liderado por Adolf Hitler, de 6 millones de judíos entre 1939 y 1945; la matanza de 200 mil bosnios, 2 millones de refugiados y la violación de 40 mil  mujeres por la milicia y el ejército serbio durante la caída de la antigua Yugoslavia, entre 1992 y 1995; la masacre en Ruanda, en abril de 1994, cuando 700 mil tutsis fueron asesinados y 200 mil refugiados, crímenes estos cometidos por las milicias hutus, en una de las mayores atrocidades cometidas por un grupo étnico contra otro de un mismo País; el asesinato en masa de 1,5 millones de armenios y de 500 mil deportados, practicado por los turcos otomanos; el régimen de terror instaurado en Timor Oriental, antigua colonia portuguesa situada en el sudeste asiático, por Indonesia, hizo que 150 mil timorenses fueran asesinados entre 1975 y 1999; entre 1975 y 1979, el ejército de Khmer Rojo mató a 1,7 millones de camboyanos bajo las órdenes de Pol Pot, líder comunista que tomó el poder en Camboya; y el genocidio en Ucrania entre 1932 y 1933, por orden del dictador soviético Joseph Stalin, donde fueron masacrados 3 millones de ucranianos.
La Inquisición fue otro evento que avergonzó a la humanidad, en el que se asesinaron 30 millones de personas en el periodo más oscuro y corrupto de la iglesia católica. Lo peor es que estos brutales crímenes fueron cometidos en el nombre del Padre, en contra de toda su enseñanza. No hay en ningún lugar de las Sagradas Escrituras ni un sólo acto de esa clase practicado por Jesús Cristo u ordenado a sus seguidores. En ningún momento del Nuevo Testamento cualquiera de sus Apóstoles dio esa instrucción a la Iglesia. En Lucas, hay un pasaje en el que dos discípulos de Jesús, Santiago y Juan, estaban indignados porque algunas ciudades se negaron a escuchar su mensaje e indagaron al Señor acerca de la posibilidad de que el fuego descendiera del cielo para consumir a sus habitantes. A Jesús no le gustó lo que escuchó y les dijo: Vosotros no sabéis de qué espíritu sois. Porque el hijo del hombre no vino a destruir las almas de los hombres. Esta deuda impagable tiene la iglesia católica con la humanidad y con Dios. Durante más de seis siglos persiguió y mató a millones de personas. No estamos aquí para manipular la palabra sagrada, sino para, en su nombre, en el del Hijo y en el del Espíritu Santo, alabar y agradecer, bendecir y adorar. En Mateo, Jesús anuncia el tipo de “espíritu suave” que dejó como ejemplo para todos nosotros: “... Porque mi yugo es suave y mi carga ligera”. En el nombre del Padre.

(*) – Publicado en el Jornal da Cidade, Aracaju-SE, edición del 2 y 3 de septiembre de 2012, domingo y lunes, Cuaderno A, página 7.
(**) – Publicado en el Blog Primeira Mão, postado el 02 de septiembre de 2012 a las 18:58:32. El sitio es: http://www.primeiramao.blog.br/post.aspx?id=4445&t=em-nome-do-pai 


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mulheres da Antiguidade - MASTIGA



Isto é história
Mulheres Audaciosas da antiguidade
MASTIGA
Vicki León


Em aproximadamente 140 a.C., nas terras de Hatti, que um dia seriam chamadas de Turquia, o campo para a carreira de psicologia – especialmente para as mulheres hititas – estava tendo um crescimento rápido. Os hititas tinham mais conselheiros matrimoniais e familiares por centímetro quadrado do que a Califórnia. Profundamente envolvidos em rituais e etiquetas, os hititas contavam com um grande número de praticantes e sacerdotisas que podiam executar os complicados rituais religiosos e mágicos que governavam cada aspecto de suas vidas. Embora a ação positiva dos hititas assegurasse a contratação de alguns homens, o título genérico do cargo era “mulher velha”.
 
Mastiga era uma dessas mulheres velhas, que levava sua vida em Kizzuwatna, cidade costeira controlada pelos hititas a mais ou menos 322 quilômetros de Hattusa, a cidade capital. Mastiga usava um repertório de técnicas psicológicas modernas e antigas para resolver problemas que iam de brigas familiares a impotência. Para conflitos conjugais, ela podia preparar um pacote de gordura e lã de carneiro, no formato de uma língua, e queimá-lo sobre uma fogueira enquanto dizia ao casal como desabafar a raiva. Alguns de seus ritos eram ainda mais divertidos: se você sentisse que a tensão era devida aos seus inimigos, ela conduzia um seminário ritual de fim de semana para alistar anjos prestativos, expulsar seus infortúnios, ou até mesmo afugentar seus problemas para dentro dos lóbulos frontais de pessoas das quais você não gostava. Os acessórios necessários para apenas um ritual de Mastiga parecem uma caça a refugos no depósito de lixo: ratos vivos, quantidade de cordas comuns e de cordas de arco, pães (assados e crus), pinhas, seis tipos de metais, vinho, uma árvore, três cores de lã e diversos animais vivos e mortos.
 
Além de serem chamadas para resolver problemas pessoais, Mastiga e suas colegas de profissão eram frequentemente chamadas para resolver problemas nacionais. Quando uma praga os atacava, os hititas tendiam a acreditar que um de seus deuses não estava sendo bem-sucedido em seu trabalho e os estava negligenciando. O remédio? Chamar sua atenção com um banquete de guloseimas bem bonito, e então mandar a praga seguir seu caminho atacando as vítimas certas, como alguns não-hititas estrada abaixo. Mastiga também estava à disposição para fazer contratos e outros documentos jurídicos, usando os poderes sobrenaturais conferidos a ela para jurar por suas autenticidades.
 
Como o dinheiro era pouco usado naqueles tempos, uma mulher velha cobrava em espécie e recebia o pagamento em mercadorias, os excessos de ratos ou do que quer que pudesse ser reciclado para ser reutilizado em sua prática. Para nossa sorte, os hititas adoravam documentar suas ações; os detalhes sobre a carreira de Mastiga, e a fonte de conhecimentos da qual ela se abastecia, ficaram guardados em placas de barro, um tesouro de “disquetes” primitivos sobre um povo fascinante.

(*) - A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de PUDUHEPA, que viveu nos anos 1.300 a.C. em território hitita. Filha de um sacerdote, ela se tornou mulher do rei Hattisili e governou, como rainha, durante 24 anos. Ela teve uma filha, Naptera, que terminou casando com o faraó Ramsés II.

(**) – Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.

(***) Todas As imagens foram extraídas do Google.


A Autora
Vicki León

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...