Aracaju/Se,

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Mulheres da antiguidade - TECLA

Isto é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
TECLA

Vicki León
 
No início do século I d.C., um feminista extraordinário chamado Jesus praticamente rompeu os padrões estipulados para os papéis do homem e da mulher. Ele amava as mulheres, respeitava suas mentes e as impeliu ao crescimento. O movimento inicial cristão era um lar carinhoso para as mulheres, feliz em aceitar delas ativismo, trabalho, martírio, doações de dinheiro e casas que usavam como locais de reunião. Entretanto, logo surgiram líderes, como Paulo de Tarso, o Sr. “Melhor Casar do que Queimar no Inferno – mas, realmente, seria melhor deixar as mulheres totalmente de fora”.
 
Estranhamente, Paulo tinha uma discípula terrivelmente determinada chamada Tecla. Isso não significa que você tenha ouvido falar dela – ela não foi mencionada nas cartas de Paulo. Contudo, o que sabemos de seus escritos pode não ser tudo o que ele produziu; suas cartas, redigidas entre 50 e 61 d.C., ficaram desaparecidas durante décadas, ressurgindo no século II para serem incorporadas à escrituras.
 
Tecla conheceu Paulo em sua primeira viagem missionária, quando ele foi a Icônio, cidade natal dela, situada na Ásia Menor, agora chamada Konya, na Turquia, uma cidade do interior ao norte de Tarso. A jovem se debruçou em sua janela para ouvi-lo falar e se deixou conquistar. Para provar suas intenções, Tecla rompeu seu noivado com um “bom partido” e dedicou sua virgindade a Deus, uma atitude muito popular no início da igreja. Ela passou os dez anos seguintes ensinando, batizando, construindo a igreja de sua área, aborrecendo sua família classe média e sendo perseguida. Enquanto isso, Paulo continuava convertendo pessoas e sendo expulso das cidades por ligas de não-convertidos furiosos.
 
Tecla tinha um espírito aventureiro e coceira nos pés. Finalmente, ela convenceu Paulo a levá-la com ele como companheira de ministério, quando então ele cortou-lhe o cabelo à escovinha e lhe arranjou uma capa masculina, então seguiram em direção à Espanha, fazendo mais tarde o circuito do Mediterrâneo até Éfeso na Ásia Menor. A última parte do roteiro era Roma, onde Paulo perdeu a cabeça. Embora Tecla tenha passado por momentos de grande risco escapando por um fio, ela sobreviveu, voltando para o lugarejo remoto de onde viera e estabelecendo o primeiro monastério para mulheres na Selêucia, costa da Turquia. Seu grupo se denominou As Apostáticas e desfrutou uma alta distinção durante séculos, até que algum desmancha-prazeres o chamou de herege.
 
É uma pena que não tenhamos um diário desta companheira verdadeiramente corajosa. O que restou até hoje foi um documento estranho intitulado Atos de Paulo e Tecla, que contém uma pequena quantidade de fatos sobre um monte de fantasias melodramáticas a respeito dos seus mais de noventa anos de vida. Pelas suas boas ações, Tecla, a fiel companheira, foi declarada santa – e é especialmente reverenciada entre os católicos da Turquia.


Ada, rainha da Caria, no sul da Turquia, estava se sentindo um pouco aborrecida. Seu irmão-marido Hidreu tinha morrido havia três anos – o que não foi uma grande perda, mas recentemente ela havia sido empurrada para fora do seu trono por seu repulsivo irmãozinho, Pixodaro. Então ela conheceu alguém que estava num estado emocional ainda pior: Alexandre, o Grande, que passou por lá durante seu tour de conquista do mundo em 335 a.C. A princípio, o relacionamento entre os dois foi só de negócios – “Se você jogar Pixo para fora do trono e restaurar meus direitos, terá o meu voto” – mas, Alex logo fez aparecer o lado maternal em Ada. Ela o estragava em gestos afetuosos; fazia inúmeras sobremesas de alta caloria (o pobre garoto tinha sido criado à base de água – não era à toa que era tão magro); para completar, ela o adotou formalmente. Alexandre, que Deus o abençoe, logo incendiou toda a cidade capital de Halicarnasso (a moderna Bodrum) e restaurou Ada aos restos tostados de seu reino.


A autora
Vicki León
 

- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de “ANTÍIOCA E SUAS COMPANHEIRAS FILANTROPAS”. Foram mulheres que tiveram uma participação ativa no mundo da filantropia na grande área colonizada pelos gregos na Turquia.

– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.

- Todas As imagens foram extraídas do Google.


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