Aracaju/Se,

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Mulheres da Antiguidade - As Quatro Júlias

Isto é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
AS QUATRO JÚLIAS

Vicki León
 
Durante 24 anos, duas duplas de irmãs – todas chamadas Júlia – se revezaram colocando seus filhos no trono do Império Romano, enquanto jogavam o vôlei do poder por trás deles. Como é que esta dinastia fora do comum no estilo Édipo começou? De uma maneira muito romana: combinando horóscopos. Severo, um general que foi o primeiro imperador proveniente de uma província africana, conheceu o sumo sacerdote da Síria durante sua visita por lá em campanha. Na ocasião, ele também conheceu a bochechuda Júlia Domna, astuta filha mais velha do sacerdote, e soube que não só seus horóscopos eram simpaticamente compatíveis, mas também que Júlia havia recebido uma predição de que iria se casar com um rei. Não estando a fim de discutir com a turma do Além da imaginação, Júlia e Sevi prontamente se casaram e produziram dois filhos. Quando Sevi foi morto em luta na Bretanha, alguém teve a ideia inacreditável de que os dois rapazes deviam ser co-imperadores. Em um ano, Caracala, o rapaz mais velho, havia assassinado Geta, o mais novo, bem nos braços da mãe. Não tendo um consultor a que recorrer, Júlia se consolava cuidando dos papéis de Caracala, estudando filosofia, e governando o império enquanto ele fazia campanha com o exército. Cinco anos mais tarde, o oficial de confiança de Caracala o decapitou e pulou para o trono. Júlia morreu a seu pedido ou de desgosto.
 
Logo depois, Júlia Mesa, sua indignada irmã mais nova, desdobrou seu próprio plano de como fazer um imperador. A pequena desvantagem: ela tinha apenas filhas – Júlia Soêmia e Júlia Mamea. Sempre flexível, ela estrategicamente entronou seu neto mais velho, Heliogábalo, fazendo-o passar por um filho bastardo de Caracala. O exército fez vista grossa em relação à inclinação que o jovem Helinho tinha por roupas femininas, declarou-o imperador, e lá se foram eles para Roma – as três Júlias, Helinho com sua vestimenta de deus-sol, e o neto mais novo, Alex. Em três anos, Júlia Mesa viu que, mesmo com uma boa administração dos bastidores, não há como fazer um imperador decente de um garoto bissexual ativo, que só pensava no deus-sol e em roupas, roupas e mais roupas. Ela persuadiu Helinho a adotar legalmente seu primo Alex como filho, o primeiro passo para torná-lo imperador. Enquanto isso, o exército ficava irritado com as travessuras de Helinho com as virgens vestais, e com seus pedidos públicos para fazer uma cirurgia de mudança de sexo, ao mesmo tempo em que o Senado se enfurecia com sua mãe Júlia Soêmia, que, enquanto não estava ocupada fazendo papel de cafetina para Helinho, havia penetrado às cotoveladas no último clube só para homens, como senadora romana. Em 222 d.C. mãe e filho viraram comida de peixe no rio Tibre, o que não foi surpresa para ninguém, e o primo Alex se tornou imperador.
 
A mãe de Alex e a vovó Mesa juraram manter este garoto na linha. Quatro anos mais tarde, vovó morre e Júlia Mamea realmente começa a se divertir, mantendo Alex sob seu dedo pelo resto da vida. Adepta de viagens e derramamento de sangue, ela adorava campanhas militares. Infelizmente, não era muito boa nessas coisas, e Roma perdeu terreno e prestígio. Na Germânia, em 235 d.C., ela e Alex, por sua vez, viraram forragem para mais outro golpe do exército.

A Autora
Vicki León
 
- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de “EUDÓXIA”, uma imperatriz que gostava de ser líder espiritual para o povo de Constantinopla. Foi casada com Arcádio, imperador da metade oriental do Império Romano.

– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.


- Todas As imagens foram extraídas do Google.

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