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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Mulheres da Antiguidade - Lâmia

Isto é história

Mulheres Audaciosas da Antiguidade
Lâmia
Vicki León
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Aristóteles disse uma vez desdenhosamente: “Os escravos não têm vontade própria – as mulheres têm, mas é impotente”. Ele obviamente nunca tinha encontrado com Lâmia no centro da cidade de Atenas. Por falar em vontade de ferro – essa mulher poderia tê-la engarrafado e vendido como tônico. Lâmia (chamada a Jovem, para distingui-la de uma aventureira do mesmo nome, anterior a ela) iniciou sua carreira como flautista, ou aulétride. Qualquer banquete que valesse a ressaca tinha de ter garotas flautistas, e elas também não cobravam pouco pelo trabalho (sexo era parte do repertório e era cobrado como extra).
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Lâmia, a Mestre da Flauta, logo mudou-se de Atenas levando os lamentos de sua flauta para Alexandria, no Egito, tornando-se favorita do primeiro faraó Ptolomeu. Um dia, ela e a comitiva do faraó estavam velejando em direção a Chipre num navio egípcio. Antes que alguém soubesse o que estava acontecendo, eles foram enredados numa batalha com a esquadra de Demétrio, da Macedônia. Ele capturou 178 dos 180 navios, mas, pelo menos de sua parte, o prêmio surpresa foi Lâmia, com seus trinta e poucos anos. Como seu pai, esse rapaz de 22 anos tinha queda por flautistas - e mulheres mais velhas. Lâmia, por sua vez, adorou sua elegância robusta. Demé saía regularmente na lista dos homens mais sexys. A despeito da competição intensa de esposas, amantes, namoradas e flautistas maníacas, Lâmia e seu homem se mantiveram apaixonados por décadas.
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Os atenienses frequentemente zombavam do par e faziam trocadilhos envolvendo o nome de Lâmia – que também significava monstro devorador de homens (ela tinha o mau hábito de deixar marcas de mordidas e hematomas por sucção em Demé). Em 296 a.C., quando Demétrio capturou Atenas, o peculiar casal se vingou. Não só fizeram amor abertamente no altar sagrado da deusa Atena, mas Demétrio cobrou impostos de 250 talentos atenienses (possivelmente, 500 mil dólares) e deu o dinheiro a Lâmia “para o sabonete”, como ele disse. Essa sorte inesperada possibilitou a Lâmia levar uma vida de potentado – por um curto período. Todas aquelas orgias de alta caloria, alta gordura e bebedeira-pesada finalmente cobraram seu tributo. Após sua morte prematura, Demétrio dedicou-lhe um santuário em Atenas, e por muitos anos havia aparições de Lâmia no templo, no supermercado e em outros lugares.
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Quando morreu, Lâmia perdeu o lugar para a longeva Fila, a esposa devotada e admirável de Demétrio. Doze anos mais velha, ela se grudou ao seu lado por 34 anos, costurando para ele mantos bonitinhos em roxo e dourado, para realçar a cor de seus olhos, e sitiando uma cidade ou duas quando necessário. Só quando parecia que Demétrio havia perdido a Macedônia e seus outros reinos é que Fila, finalmente, se desesperou e deu uma de Dr. Kevorkian (o médico da eutanásia).
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A primeira Sra. Sócrates, Xantipa, se tornou um sinônimo de “esposa rabugenta”. O filósofo superstar Sócrates supostamente disse dela: “Ela exercita a minha paciência, e me ajuda a aguentar a injustiça que sofro dos outros”. Isso dito pelo sujeito que lhe deu três filhos, ficou desempregado durante cinquenta anos e que não só era bissexual, mas ainda por cima conquistou uma segunda esposa. Você também ficaria mal-humorada. Sócrates se vangloriava de nunca ter cobrado honorários de seus pupilos endinheirados. Xantipa pagava no lugar deles, racionando para viver dos escassos recursos que o Sr. Sócrates herdou. A despeito da pobreza e de ser alvo das histórias e piadas do maridinho, Xantipa ficou com ele até o fim – quando ele se suicidou ingerindo cicuta aos setenta anos. Ela até chorou. Lágrimas de alívio, talvez?

A autora
Vicki León
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- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de “JÚLIA BALBILA”. De ascendência greco-romana, possuía um minúsculo talento para a poesia, mas um grandioso para a bajulação. Aproximou-se da imperatriz Sabina de Roma e partiu para uma excursão  pelo Egito em 130 d.C.  

– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.


- Todas As imagens foram extraídas do Google.

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