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quarta-feira, 7 de março de 2018

Mulheres da Antiguidade - Locusta


Isto é História
Mulheres Audaciosas da Antiguidade

LOCUSTA
Vicki León
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Se os cartões de visita estivessem em moda há 2.000 anos em Roma, um deles poderia dizer: Locusta é o meu nome; veneno é o meu jogo. Era surpreendente o número de pessoas que precisavam dos serviços de uma envenenadora profissional: nobres que haviam acabado com seu dinheiro e queriam adiantar aquela herança da querida e velha titia; homens que estavam a caminho do casamento número três e achavam difícil poder devolver o dote da esposa número dois; e os clientes do Cartão Ouro – imperadores, imperatrizes, herdeiros e outros aspirantes a alguma coisa.
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Roma tinha tradição de mulheres envenenadoras. Num julgamento em 331 a.C., vinte mulheres nobres consideradas culpadas de matar seus maridos insistiram que estavam apenas preparando um tônico para eles. Solicitadas a provar o que diziam, bebendo aquela coisa na corte, elas o fizeram e morreram no local. Entretanto, Locusta não era uma amadora. Natural da província de Gália, ela foi atraída para Roma, onde estava toda a ação. Durante anos ela era dependente de um ou outro membro da realeza. Ser uma profissional tinha seus altos e baixos para Locusta: algum tempo passado na prisão, umas duas sentenças de morte e, por sorte, um número similar de comutações das penas na última hora.
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A primeira grande oportunidade na carreira de Locusta veio por meio da imperatriz Agripina, a Jovem, que tinha casado com seu tio Cláudio e o havia aguentado até que seu anjinho Nero tivesse completado dezessete anos; então ela chamou Locusta. Um dos pratos favoritos de Cláudio eram cogumelos, que, foram preparados como instrumentos do envenenamento. Entretanto, a despeito dos grandes esforços da parte de Locusta, a dose de cogumelos provocou no imperador apenas uma crise de diarreia em vez de enviá-lo para a eternidade. Como os profissionais sempre têm um plano de reforço, o imperador então recebeu uma dose fatal numa pena que desceu por sua garganta.
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No ano seguinte, a carreira de Locusta como envenenadora de celebridades recebeu outro impulso. Agora imperador, Nero ainda tinha um rival adolescente chamado Britânico; parecia próprio que o único sobrevivente de Cláudio se juntasse a seu pai no congelador de carne. Num golpe de bravura que envolvia destreza manual com um copo d’água, Locusta conseguiu eliminar o pequeno Brit durante o jantar, na frente de sua família, de amigos e de seu provador de comida oficial. Nero ficou tão excitado com os resultados que deu a Locusta um imóvel de primeira linha e a recomendou a outros clientes. Ele também lhe concedeu um perdão total pelos seus envenenamentos anteriores, alguns dos quais ainda estavam nos livros. Sempre uma empresária, ela iniciou uma escola seletiva para envenenadores, cujos “graduados” continuaram suas prósperas carreiras farmacêuticas (corria o rumor de que Locusta havia causado mais de 10 mil mortes, mas pode ter sido um exagero da propaganda).
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Em 68 d.C., um senador romano com sua paciência esgotada, publicou uma ordem para que Nero fosse executado “da maneira tradicional”, isto é, nu e surrado até a morte com bastões. Embora Nero sempre guardasse uma caixa dos melhores produtos de Locusta ao lado de sua cama para tais eventualidades, foi forçado a se matar da maneira menos artística – com um punhal. Mas todas as coisas ruins, e não apenas Nero, devem ter um final; aquele ano provou ser fatal também para Locusta. No breve reinado do novo imperador, ela e outros vilões em evidência foram rapidamente levados a atravessar a cidade, marchando para uma execução tão eficiente que mesmo um envenenador profissional não poderia encontrar qualquer defeito.

A autora
Vicki León
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- A próxima postagem de “Mulheres Audaciosas da Antiguidade” vai falar de BOADICÉIA. Ela viveu nos anos 50 d.C. na Britânia, que hoje corresponde a East Anglia, Inglaterra. Ela se casou com Prasátago, rei da tribo icênia, que dominava toda aquela área onde hoje se situa a Inglaterra. Ela se notabilizou com uma grande guerreira participando de várias batalhas.
- Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Editora Rosa dos Tempos.
- As imagens aqui reproduzidas foram retiradas do Google. 

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