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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Os horrendos crimes de mulheres

Artigos Pessoais

A natureza humana:
os horrendos crimes de mulheres

Clóvis Barbosa
 
Crime praticado por homem é a regra. Por mulheres é a exceção. Aliás, na história do crime, a mulher tem sido mais agente passiva do que ativa. Poder-se-ia afirmar, por exemplo, que o aumento de ações criminosas cometidas pelas mulheres estaria associado à conquista do seu espaço social, assumindo funções antes ocupadas por homens. Mas não é bem assim. A literatura criminal tem mostrado que a anormalidade, a extravagância e as aberrações são inerentes aos seres humanos, seja homem ou mulher. No livro “As mulheres mais perversas da história”, escrito por Shelley Klein, uma escritora e editora americana, nos apresenta quinze mulheres que praticaram crimes que mancharam as páginas da história com parricídio, fratricídio, infanticídio, assassinatos em série, mortes motivadas por sexo, vantagens pessoais ou para esconder outros ilícitos praticados.
 
As várias mulheres criminosas retratadas na obra de Klein viveram em épocas diferentes e todas ficaram famosas justamente pelos atos ignominiosos praticados. São os casos da “Lolita romana” VÁLÉRIA MESSALINA (17 d.C. - 48 d.C.), terceira esposa de Tibério Cláudio César, que depois do assassinato do seu sobrinho Calígula, em 41 d.C., tornou-se imperador de Roma. Messalina, tida como devassa, cruel e assassina, viveu e estimulou intrigas na corte levando muita gente à morte e ao desterro. Mas um dia houve a reversão do mal e ela foi apunhalada até a morte por um centurião a mando do seu marido; AGRIPINA, A JOVEM, “a rainha do veneno”, de família nobre do império romano. Ela foi a mãe do imperador Nero. Para atingir seus objetivos nunca hesitou em praticar os atos macabros e horripilantes. Era insaciável na sua sede de poder e de fortuna. A sua morte foi determinada pelo próprio filho, Nero, que não mais suportava as pressões do status quo romano que ameaçava a todo instante afastá-lo do poder por causa das atrocidades da mãe; TSI-HI (1835-1908), a imperatriz do Trono do Dragão, que viveu na China imperial. Fez parte do harém do imperador Hsien-feng, com quem teve um filho, Tsai-Chun, e que ainda impúbere se tornou imperador com a morte precoce do pai aos trinta e quatro anos. Mulher ardilosa, de uma só tacada mandou decapitar todos os prisioneiros estrangeiros e praticou crimes horrendos, sempre em busca de poder e fortuna. Morreu de derrame cerebral em 1908; CATARINA, A GRANDE, a imperatriz de todas as Rússias. Tida como fria e passional, embora nunca fosse acusada formalmente de assassinato. Em sua época mortes estranhas ocorreram, como a do seu marido Pedro III e do Czar Ivã VI. Ficou célebre pela forma desumana como tratava os servos e pelo número de homens que levava para a cama. Ela viveu de 1729 a 1796, quando morreu repentinamente.
Elena Ceausescu 

Outras mulheres tidas como perversas: a RAINHA RANAVALONA I, a Maria Sanguinária do Madagascar, uma ilha de belezas paradisíacas situada no sudoeste da África.  Casou-se com o rei Radama. No poder “mostrou as suas unhas”, isto é, a sua verdadeira índole. Tinha horror a estrangeiros, chegando ao ponto de expulsá-los da ilha deixando Madagascar isolada do mundo, e também dos que professavam a religião cristã. Quem desobedecia as suas ordens eram condenados a morrer jogados nos penhascos, queimados na fogueira ou num caldeirão de água fervente. Viveu de 1782 até 1863; ELENA CEAUSESCU, mãe da Pátria, a grande primeira-dama da Romênia, que viveu de 1919 a 1989. Acusada, conjuntamente com o seu marido Nicolae Ceausescu, do assassinato de mais de 60 mil pessoas durante 24 anos de poder. Ela foi fuzilada numa noite de Natal; LIZZIE BORDEN: solteirona carola, no dia 4 de agosto de 1892, na cidade de Fall River, em Massachusetts, EUA, matou a sua madrasta, Abby Durfree Gray, com dezoito machadadas, treze das quais lhe esmagaram o crânio. Em seguida, repetiu a dose com o seu pai, Andrew Borden, desferindo-lhe onze golpes de machados, quatro dos quais lhe esmagaram a cabeça. Lizzie foi absolvida, apesar das fortes evidências da sua autoria. Ela morreu em 1927, apaixonada loucamente por uma atriz de teatro com quem viveu os últimos anos de sua vida de opulência; AUDREY MARIE HILLEY: gastadora compulsiva, estelionatária contumaz, matou o marido, Frank Hilley, em 1975; a mãe, Lucille Frazier, em 1977, e envenenou a filha Carol Hilley, durante vários anos. Arsênico foi a substância usada para assassinar o marido e a mãe. Os crimes ocorreram em Anniston, Alabama, EUA. Foi condenada à pena de prisão perpétua. Ganhando uma licença de três dias, em 1986, aproveitou para encetar uma fuga, mas, alguns dias depois, ela foi encontrada morta, sendo a causa apresentada a exposição ao frio, resultando em hipotermia. MARY ANN COTTON, a “Viúva Negra”: quando esta inglesa nascida na pequena aldeia de Low Moorsley, no condado de Durham, morreu, em 1873, havia sido acusada pelo assassinato de quatro maridos e aproximadamente doze crianças. Era cognominada, também, de “Lucrécia Bórgia do Norte”. Usava o arsênico, um veneno para matar ratos, para aplicar em suas vítimas. 
 
Audrey Marie Hilley

Além dessas, são citadas, também, MARIE NOE, que ficou conhecida nos Estados Unidos da América como uma mãe sem sorte e foi condenada pelo assassinato de oito bebês; ROSE WEST, a inglesa da “Casa dos horrores” que foi condenada pela morte de dez pessoas, todas de forma sádica; GRACE MARKS, a adolescente fatal de Toronto, Canadá que, aos dezesseis anos, foi condenada por duplo assassinato; AILEEN CAROL WUORNOS, a amante condenada pela morte de seis homens na Flórida, todos com requintes de perversidade. Ela é conhecida como a primeira assassina serial norte-americana e sua pena de morte foi cumprida em 2002, sendo executada por injeção letal; MYRA HINDLEY, a face do mal, condenada a prisão perpétua pela prática de três assassinatos premeditados e executados a sangue-frio na Inglaterra; e KARLA HOMOLKA, condenada pela prática dos três mais violentos crimes ocorridos em Ontário, Canadá.
Marie Noe 

Quem quiser saber minúcias, as suas origens e as experiências vividas por essas mulheres, leia o livro de Shelley Klein. A verdade é que a mulher, sempre tida como mais pacífica e dosada de um senso crítico invejável, deixa-nos atônitos ao comprovar a possibilidade de um ser humano ter tanta maldade. Enfim, o cometimento de atos infames e horrendos é, de forma geral, da essência da natureza humana.

(*) Publicado no Jornal da Cidade, edição de domingo e segunda-feira, 15 e 16 de abril de 2012, Caderno A, página 7.

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