O fator decisivo para o valor de uma propriedade imobiliária
sempre tem sido localização, localização, localização. Entretanto, no Egito
antigo, a “terra de primeira” era frequentemente a mais alagada – assim como
os pântanos, que se estendiam por toda a região do delta do Nilo, cheios de
aves aquáticas, peixes e agrupamento de papiros, a planta em maior demanda
naqueles tempos, usada para produção de papel, velas de barco e canoas. Como
a proprietária de diversos pântanos de papiro, Dionísia estava numa situação
vantajosa no que diz respeito a renda. Em torno de 5 a.C., ela alugou seus
pântanos de colheitas de dinheiro por exatamente 5.000 dracmas de prata por
ano, pagas mensalmente. Ai dos locatários que falhassem em cumprir seus
termos; se as dracmas secassem, eles podiam ser despejados, detidos ou
aprisionados, pagando as dívidas em seguida com multas (uma tarefa ainda mais
difícil de executar atrás das grades). Os desejos de Dionísia a respeito
desses pontos foram cuidadosamente explicados num contrato, escrito no melhor
dos papiros, é claro.
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quinta-feira, 21 de março de 2013
Mulheres da antiguidade - Maria Profetíssima
Isto é história
Mulheres Audaciosas da antiguidade
MARIA PROFETÍSSIMA
Vicki León
Dentre
outras façanhas, Maria Profetíssima inventou um acessório padrão nas cozinhas
há 2.000 anos: a panela para banho-maria. Todavia, o verdadeiro amor de Maria
não era a alta culinária mas sim a alquimia. Precursora da química moderna, a
alquimia apareceu como uma procura mística dos cientistas primitivos. Eles
estavam procurando pela pedra filosofal, uma substância primordial que
transformaria tudo que tocasse em ouro.
Maria
teve a sorte de morar na Alexandria do século I d.C., uma cidade agitada com
atividades de exploração e experimentação. Ela era provavelmente uma mistura de
sangue judeu, romano e egípcio, tão cosmopolita quanto a cidade. A alquimia e
Alexandria foram feitas uma para outra. Após um milênio sob os faraós, os
artesãos egípcios haviam refinado as artes de ourivesaria, vidraria, metalurgia
e cerâmica. Os alquimistas como Maria adotavam as ferramentas e os processos
dessas artes altamente refinadas para perseguir seus próprios objetivos.
Ou
eles inventavam ferramentas e processos novos, como Maria fez. A primeira
destilaria de verdade, que era usada para possibilitar aos alquimistas “achar a
essência daquilo que é corpóreo, e incorporar aquilo que é espírito”, é
creditada a ela. Não existe qualquer evidência de que esse aparelho de três
peças a tenha ajudado a encontrar a pedra filosofal, mas foi extremamente útil
para destilar perfumes e outras substâncias. Maria então inventou a kerotakis, uma panela coberta cujos
vapores bafejavam sobre folhas de ouro e outros ingredientes esotéricos (e
caros) para produzir o efeito desejado. Outra vez nenhum sinal da pedra, mas
agora Maria tinha uma panela para banho-maria, útil para fazer um bom pudim de
ovos, a fim de mantê-la animada após esses becos sem saída.
Com
o fracasso deste e de outros experimentos, do ponto de vista metafísico, Maria
juntou suas receitas alquimistas num livro chamado O diálogo de Maria e Aros sobre o magistério de Hermes. O danado
vendeu mesmo, assim como um volume similar intitulado A ourivesaria de Cleópatra (não aquela Cleópatra), no qual a
invenção de Maria está esquematizada. Existe até hoje uma recordação popular de
Maria; por exemplo, os cozinheiros na França e na Espanha ainda chamam suas
panelas duplas de “le bain de Marie ou “baño-María” – banho-maria.
(*)
- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de PERPÉTUA
e de sua escrava africana FELICIDADE. Perpétua era uma cartaginesa bem nascida
no Império Romano. Ela militou numa seita cristã, de nome montanista, que
pregava a igualdade para mulheres. Converteu sua escrava e foi perseguida até a
morte.
(**)
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women
of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos
Tempos, 1997.
A autora
Vicki León
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