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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Mulheres da Antiguidade - Artemísia II

Isto é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
ARTEMÍSIA II

Vicki León
 
Em torno de 350 a.C., uma segunda rainha com o nome de Artemísia veio a governar Caria, um reino montanhoso e com um lindo litoral, situado do lado oposto da ilha grega de Rodes, também sob o seu controle. Artemísia II estava destinada a dar um significado novo e mórbido ao clichê da viúva pesarosa. Ela teve a infelicidade de estar profundamente apaixonada por seu marido Mausolo, que realmente era um pedaço de mau caminho. A beleza era provavelmente uma característica da família: Artemísia II era sua irmã. Sendo esta região a Ásia Menor, os parentes reais tinham tanta possibilidade de acabarem sendo parceiros de cama quanto de se tornarem rivais implacáveis (dependendo do sexo – mas não invariavelmente). O irmão Mausolo morreu em seus braços, por que razão não sabemos.
 
Ela podia estar inconsolável; mas indefesa ela não era. Vendo uma viúva no trono, o pessoal de Rodes pensou: Hummm – esta é a nossa chance de nos libertar. Atacando a capital Halicarnasso com sua esquadra, os ródios se botaram a saquear a cidade. Enquanto isso, Artemísia, que estava sabendo do ataque, ordenou à sua esquadra escondida que capturasse os navios vazios e navegasse de volta para Rodes, onde ela executou os líderes do movimento e fez com que dois monumentos de vitória fossem erigidos em sua homenagem antes do jantar. Artística até mesmo quando punitiva, a rainha encomendou uma estátua de Rodes vestida como uma escrava e outra de si mesma, marcando a nova “escrava” com um ferro em brasa.
 
Logo que Artemísia pôs os ródios de volta em seus devidos lugares, começou a construir. Para homenagear Mausolo, planejou o túmulo mais elaborado que qualquer pessoa havia visto naquela época fora do Egito. Esculpido e decorado pelos maiores artistas do mundo, o mausoléu imediatamente alcançou um lugar entre as sete obras da lista de monumentos que deveriam ser vistos. Nossa amante da arte certificou-se que o monumento seria cativante aos olhos de todos: com o formato de um bolo de casamento, de 41 metros de altura, tendo no topo a estátua do maridinho numa carruagem com quatro cavalos, ele media 134 metros em sua base, com cada centímetro quadrado pintado nas cores biliosas vibrantes que estavam em moda naqueles tempos. Para a inauguração, Artemísia botou mais dinheiro num concurso de textos de elogios fúnebres, do qual participaram os maiores oradores de então. Finalmente, sua invenção se tornou genérica: hoje em dia qualquer túmulo grande, velho e elaborado é chamado de mausoléu.
 
Além do refinamento militar e da construção de monumentos, Artemísia tinha outros talentos. Ela amava as artes, o teatro e as ciências naturais. De fato, seu interesse em botânica foi homenageado com uma família inteira de plantas que ainda hoje ostentam o seu nome, incluindo-se a salva, o estragão e um pó excelente para insetos.
 
Entretanto, três anos após a morte de Mausolo, Artemísia também morreu. Desde a morte do marido, a sempre inventiva viúva vinha passando todas as suas happyhours no mausoléu, bebendo ponches de vinho feitos dos ossos e cinzas de seu maridinho, misturados com condimentos para disfarçar o sabor. Provavelmente, artérias entupidas ou pulmões envenenados – e não um coração partido – levaram Artemísia a seguir caminho lado a lado com Mausolo.

A autora
Vicki León
 

- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de “HERODÍADE”, princesa judia nascida na mesma época do Jesus Cristo foi casada com o seu tio Herodes Filipe. Foi ela que manipulou a sua filha Salomé para conquistar Herodes e pedir a ele a cabeça de João Batista.

– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.

- Todas As imagens foram extraídas do Google.

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