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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Mulheres da Antiguidade - BERNICE

Isto é história
Mulheres Audaciosas da Antiguidade
BERNICE

Vicki León
 
Sem dúvida, ela era uma princesa judia cheia de nota e elegante. Mas, mesmo com todas essas vantagens, não era fácil para Bernice ver o mundo da maneira como queria; assim, na metade do século I, d.C., ela levou seu caso crônico de sede de viagens para o altar, onde descobriu que a categoria da “roda da fortuna” que ela mais gostava de jogar era chamada “soberanos de vida curta”.
 
Os eventos tiveram um bom começo. Marco, seu primeiro marido, a levou para morar na Alexandria, a excitante capital do Egito. Em curto espaço de tempo se seguiu seu funeral e um novo casamento ocorreu com Herodes de Cálcida, na Grécia. Em pouco tempo, ela havia enviuvado duas vezes, era mãe de dois filhos e com vinte anos recém-completados e nem sequer estava ofegante. O marido número três foi Polemão, a quem Bernice persuadiu lindamente a se deixar circuncidar, antes de leva-la à pitoresca Cilícia, um reino montanhoso no sudeste da Ásia Menor (parte da Armênia e da Turquia).
 
Entre maridos, Bernice perseguia um outro hobby, o de passar tempo frivolamente num outro tipo totalmente diferente de luxúria, com seu irmão Agripa II. Os egípcios e gregos macedônios adoravam sexo em família, mas o lance de irmão-irmã não caía nada bem com os judeus. Bernice não se importava; ela acampou com Agripa na Cesaréia, e, quando seu palácio foi queimado até o chão, eles tranquilamente trocaram de localização costeira e mudaram para o lado romano.
 
Foi assim que ela conheceu Tito, o destino final do peripatético circuito amoroso de Bernice. Naquela época, viúvo de 28 anos e general romano em comando da guerra contra os judeus, Tito veio preparado para cercar as muralhas de Jerusalém e viu sua própria defesa derrubada por uma viúva bem-dotada (em todos os sentidos da palavra) de 41 anos. Tito justificadamente se apaixonou por Bernice. Ela foi sua amante por treze anos. Esperando poder desfrutar a bem-aventurança do casamento e, melhor ainda, ser imperatriz, Bernice ficou se aguentando por lá, visitando Roma, morando no palácio de Tito, sonhando de olhos abertos em mudar a decoração.
  
Entretanto, quando começou a pressão para um empurrão imperial, Tito deu para trás. Com Jerusalém transformada num entulho fumegante e meio milhão de judeus mortos, os romanos não estavam dispostos a aceitar uma judia, mesmo que fosse uma deslumbrante vira-casaca, como a próxima imperatriz romana. Quando Tito realmente se tornou imperador, ele relutantemente mandou Bernice para a remota Gália para tirar umas longas, longas férias, onde ela supostamente viveu até a idade de 72 anos. Assim como seus companheiros anteriores, Tito morreu com 42 anos, mal completando dois anos como imperador.


Nobre persa com uma queda por reformas, Apama casou com o general Seleuco no casamento em massa celebrado por Alexandre, o Grande, em 324 a.C. Depois da morte de Alexandre, este casal com seus quatro filhos acabou governando um território de 3.367.000 quilômetros quadrados, estendendo-se da Pérsia à Turquia. Acreditando firmemente em investir em sua própria área, Apama colocou sua parte do mundo no mapa, mediunicamente falando, quando renovou Dídima, um oráculo na costa da Turquia com reputação mundial de fazer previsões quentes desde os tempos bíblicos. Santuários com oráculos eram grandes negócios, funcionando frequentemente como bancos internacionais, portanto Apama também tinha objetivos profanos. Não foi nenhum orçamento insignificante que cobriu essas reformas – a rainha importou colunas de mármore com 18,28 metros de altura ao excelente preço de 1.5 milhão de dólares cada. O complexo de Dídima incluía uma construção de 189 metros de comprimento com 78 lojas e depósitos, cujos aluguéis pagaram a decoração do santuário – um toque bem bolado que antecedeu os shoppings centers de hoje.



Vicki León
Autora
 

- A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de “BABATA”, uma mulher que pertenceu ao exército de partidários de Simon Bar Kochba, e que viveu a partir dos anos 50 d.C. Conheça, também, Apolônia, uma bela plebeia que casou com o rei Átalo I, soberano do reino de Pérgamo, na Ásia Menor.
– Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.
- Todas As imagens foram extraídas do Google.


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