segunda-feira, 7 de maio de 2012
Mulheres da Antiguidade - ARSÍNOE
Isto é história
Mulheres Audaciosas da antiguidade
ARSÍNOE
Vicki León
O lema “Quando em dúvida, mate-os” funcionava bem para Arsínoe II, a mais audaciosa e política das macedônias assassinas e uma tripla vencedora nos sweepstakes de casamentos vantajosos. Casada aos dezesseis anos com Lisímaco, de sessenta e tantos anos, rei da Trácia, ela lhe deu três filhos e virou a cabeça deste seu coronel. Em retribuição, ele lhe deu diversos presentinhos bonitos que haviam pertencido a uma ex-esposa, inclusive um gigantesco pedaço de terra ao redor do mar Negro. Arsínoe não teve tempo de fingir por muito tempo. Pouco depois de ralhar com ela por ter assassinado seu enteado, Lisímaco morreu em batalha, e Arsínoe partiu em direção às luzes brilhantes de Éfeso. A essa altura, seu meio-irmão perguntou-lhe se queria se tornar rainha da Macedônia casando-se com ele; o que ele realmente ansiava, no final, era botar suas mãos nos filhos de Arsínoe. Em pouco tempo, dois deles estavam mortos, um fugiu. Não é necessário dizer que este casamento teve uma curta meia-vida.
Entretanto, a terceira vez é um charme: Arsínoe se agarrou ao seu irmão mais novo, Ptolomeu II, faraó do Egito. Na época, ele estava um pouco empatado com amantes e uma esposa chamada Arsínoe I, mas a nossa II fez com que ela fosse presa e banida antes que se pudesse supor um acordo pré-nupcial. Dona-de-casa sempre cuidadosa, Arsínoe pôs tudo em ordem, acusando todos os rivais em potencial de traidores e fazendo com que também fossem varridos para fora do Egito.
Ptolomeu II
Os fraternos pombinhos apaixonados se estabeleceram para um grande co-reinado. A despeito de suas peculiaridades – multidão de amantes, mau gosto para mobílias -, Ptolomeu II era um empreendedor. Construiu o farol de Faro para que a Alexandria tivesse sua própria maravilha do mundo, colecionou animais para o zoológico e pôs o Museu de Alexandria e sua biblioteca em funcionamento. Arsínoe era mais do que páreo para ele. Com uma grande força de vontade, ambiciosa, uma mulher realmente bonita com talento para conseguir o que queria, ela se tornou uma figura-chave na política da corte. Em geral, tem recebido o crédito por ter liderado o desenvolvimento do Egito numa potência marítima. Dentre suas manobras mais inteligentes, está a de não ter tido filhos com Ptolomeu (“Com os diabos, de qualquer modo eles só crescem e assassinam a gente”).
Naturalmente, ela recebeu sua própria moeda. Arsínoe também pensava que o status de deusa poderia ser emocionante, portanto ela encorajou a adoração a Arsínoe. Quem sabe a que ponto ela poderia ter chegado se não tivesse morrido com a idade de 45 anos? A despeito de seus arranjos femininos, Ptolomeu ficou genuinamente perturbado. Em um instante, ele transformou Arsínoe numa deusa de grande importância, renomeou cidades com seu nome e planejou um templo de alta-tecnologia com uma enorme estátua de Arsínoe suspensa no espaço por gigantescas magnetitas (ímãs naturais). Infelizmente, tanto o arquiteto como o faraó morreram antes que a obra fosse terminada, e assim o ambicioso memorial de Arsínoe permaneceu metafórico.
(*) - A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade, vai abordar a vida de BILISTICHE, foi amante de Ptolomeu II, faraó do Egito, casado com sua irmã Arsínoe II, daí o seu apelido de “amante de irmã”. Com a morte da irmã, passou a ser a preferida do faraó, um velho depravado e bastante ativo, que a nomeou sacerdotisa canéfora, um posto que normalmente requeria uma virgem com boa reputação. Tornou-se agiota e, segundo consta, sempre emprestava com juros altos.
(**) – Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.
A Autora
Vicki León
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