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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mulheres da antiguidade - Cleópatra VII

Isto é história
Mulheres Audaciosas da antiguidade
CLEÓPATRA VII
Vicki León
 
Famosa como uma glamourosa e assídua frequentadora de festas, e como grande maquinadora, Cleópatra VII também era uma intelectual, linguista e excelente mãe. Nascida em 69 a.C., de um Ptolomeu flácido que tinha o apelido  de “o tocador de flauta”, essa Cleo não perdeu nada através da endogamia. Inteligente e motivada, ela adorava ler, tirando um prazer sensual da literatura e absorvendo idiomas como uma esponja. Na época em que ela e seu irmão, Ptolomeu XIII, começaram a reinar, ela falava grego, hebraico, árabe, persa e egípcio – a única rainha em trezentos anos a aprender a língua local. 
 
Júlio César

Júlio César veio ao Egito (que naquela época era independente, mas, gananciosamente cobiçado pelos romanos e outros) à procura de apoio e qualquer dinheiro que estivesse sobrando, e, em vez disso, encontrou uma sensualíssima gata poliglota. A atração que ele sentiu colocou Cleo no banco do motorista. Em um ano, ela deu à luz Cesário, filho de Júlio César, e, convenientemente, Ptolomeu XIII morreu. Cleópatra então casou com Ptolomeu XIV, seu irmão de doze anos. O ano 45 a.C. foi um ponto culminante: Cleo vivia abertamente como amante de César em Roma e até mesmo teve sua estátua colocada no templo de Vênus. Entretanto, os romanos não gostaram nem um pouco disso, e logo planejaram uma festa de assassinato surpresa para o ditador César nos idos de março.
Marco Antônio

Cleópatra fugiu precipitadamente para o Egito, meditando em profundidade pelo caminho todo. Seu primeiro ato foi matar Ptolomeu, seu irmão; o segundo, foi colocar o filho de três anos de César no trono. Dois anos mais tarde apareceu Marco Antônio, governador da parte leste do império romano. A química (com um pouco de cálculo mútuo) ataca outra vez. Beberrão, atraente e ruim em relação a pormenores, Antônio desenvolveu o próprio serviço ponte aérea de garanhão, viajando entre sua esposa Fúlvia, em Roma, e Cleo, no Egito. Em 40 a.C., enquanto Cleópatra estava ocupada tendo seus gêmeos, ele estava ocupado  casando com Otávia, uma terceira esposa. Cleo preferiu ignorar esse fato, e se manteve fiel a ele como tinha sido com Júlio. Cinco anos mais tarde, ela e Marco tiveram outro filho. Para tutorar esse bando de crianças, Cleópatra contratou Filostrato e Nicolau, filósofo e historiador pesos-pesados, que se juntaram a outros pensadores, poetas e cientistas como parte de sua corte. Enquanto continuava a reinar como rainha do Egito com seu filho Cesário, ela estudou filosofia, viajou e foi às festas com Marco, desenvolveu um bócio (teria sido em razão daquelas refeições e bebidas generosas?), e ainda encontrou tempo para um pouco de leitura (um dos presentes de Marco para ela foi a gigantesca biblioteca de Pérgamo).
 
O estilo de vida luxuoso e extravagante das barcaças reais era magnífico, mas Cleo nunca perdeu seu objetivo de vista: manter o Egito tão independente quanto possível – o qual era considerado por Roma como um produtor de cereais em grande escala, convenientemente fraco e obscenamente rico. Assim, Marco e Cleo apostaram a fazenda e acabaram perdendo ambas as suas frotas para Otávio. Para adicionar injúria ao insulto, Otávio capturou o Egito para sua propriedade particular em vez de considerá-lo como uma província romana. Já estava mais do que na hora de trazer aquele áspide, pensou Cleo. Todavia, antes de morrer, ela reagiu como mãe, enviando Cesário para a Índia numa tentativa de colocá-lo a salvo. Uma outra mãe pensou nos outros filhos de Cleo: bastante estranhamente, eles encontraram refúgio com Otávia, a piedosa esposa de Marco Antônio, que os criou como seus próprios filhos.   

(*) - A próxima postagem de Mulheres Audaciosas da Antiguidade vai falar de outras CLEÓPATRAS, como a “Síria”, sua filha, a Cleópatra II, sua irmã, a III, enfim, você vai conhecer essa dinastia de mulheres que mandou durante muito tempo desde o Egito até Roma.

(**) – Do livro “Mulheres Audaciosas da Antiguidade”, título original, “Uppity Women of Ancient Times”, de Vicki León, tradução de Miriam Groeger, Record: Rosa dos Tempos, 1997.

A autora
Vicki León
 

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