Aracaju/Se,

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Tipos Populares - Cobrinha


Isto é História

Aracaju Romântica que Vi e Vivi
Tipos Populares
COBRINHA
                                   
Murillo Melins

Liquidificador de Ideias: Futebol Arte
Antônio Alves, o popularíssimo Cobrinha, pequeno no tamanho, gigante em idealismo, gráfico de profissão e desportista de coração. Cobrinha gastava seus parcos recursos mantendo o clube que fundou, descobrindo talentos e contratando jogadores, que chamava de filhos. Tratava-os com toda dedicação, estimulando-os a se tornarem bons atletas. Quase todos eles quando adquiriam fama, deixavam o pobre Atlético, indo para outros clubes onde poderiam alcançar projeção no cenário estadual e além fronteira. Cobrinha, como bom desportista, ao invés de ficar magoado, incentivava-os, pois achava que não deveria tolher os jovens a procurarem times que lhes dessem melhores condições financeiras.
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Cobrinha descobria, projetava atletas e os clubes mais poderosos os levava, sem que o Atlético tivesse alguma remuneração. O amor que tinha por seu clube era tão grande, que quando o time perdia, ele sempre justificava as derrotas com explicações, como as que passamos a narrar. Quando o time perdia por 2x1, ele dizia: “o juiz marcou um gol de impedimento para o adversário, e deixou de marcar um pênalti do nosso lado, que se fosse marcado, Tonho bate, e gol. O escore deveria ser 2x1 pra gente”
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Em um domingo, o Atlético perdeu para o Sergipe por 8x1. Diante dos jornalistas e radialistas, Cobrinha tentou justificar a goleada, comentando gol a gol. Quando terminou a entrevista, disse: “Sem nenhuma paixão de minha parte, se não houvesse tanto roubo, o placar seria 2x1 para o Atlético”. Uma das derrotas mais fragorosas foi quando em certa tarde o Atlético perdeu para o Cotinguiba por 11x1. Nessa partida o artilheiro Carlos Tirso marcou 10 gols. Desde esse dia, Cobrinha passou a ver Carlinhos com um olhar atravessado. Houve um período em que Antônio Alves convocou amigos e jornalistas para ajudarem na parte social e financeira do clube. Através de campanhas, organizou-se o quadro social, aumentando o número de sócios. Formou-se uma nova Diretoria, e nova sede instalou-se em um prédio na rua Florentino Menezes. Na festa de inauguração, houve uma solenidade assistida por autoridades, desportistas sergipanos, associados e imprensa.
MORRE O RADIALISTA JOSÉ EUGÊNIO DE JESUS, AOS 98 ANOS
José Eugênio de Jesus 
Coube ao radialista José Eugênio fazer o discurso inicial, falando em nome do clube. As festividades culminaram com um grande baile. A partir daí, a sede do clube oferecia, diariamente, a seus sócios, jogos de salão e danças aos sábados e feriados.
 História do Futebol » Page 445
O Atlético manteve suas portas abertas por alguns anos. Com a aposentadoria minguada, a doença e os problemas familiares de seu benfeitor, a sede fechou suas portas. O clube ficou sem comando e encerrou suas atividades. Nos últimos dias de sua vida, o “gigante” Cobrinha era visto na rua João Pessoa, abatido, cabisbaixo, a pedir aos amigos alguma ajuda para comprar remédios e fazer a feira.
Pin em festa futebol
Quando Cobrinha morreu, pouca gente tomou conhecimento e nenhuma homenagem lhe foi prestada. Até hoje, as autoridades não lembraram de dar o seu nome pelo menos a uma viela num afastado bairro da cidade onde ele viveu e amou. Esta é a nossa gratidão a você, COBRINHA.

o autor
Murillo Melins
Grupo "Minha Terra é SERGIPE": Murillo Melins

-  Na próxima postagem você vai conhecer CARLOS RUBEM, um exímio pianista que tocou em vários clubes de Aracaju, Salvador e outros Estados.
- Do livro “Aracaju Romântica que vi e vivi”, de Murillo Melins, 4ª. Edição, 2011, Gráfica J. Andrade.
- As imagens aqui reproduzidas foram retiradas do Google. 

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