domingo, 2 de junho de 2019
Tipos Pitorescos de Aracaju - Chico de Paula
Isto é História
Aracaju Romântica que Vi e Vivi
Tipos Populares
Chico de Paula
Murillo
Melins
Chico de Paula, um rapaz pacato, de boa família, viciou-se na bebida,
e era sempre visto nos bares, a tomar aguardente. Sua preferida era a cachaça
Sula. Tempos depois, foi embora de Aracaju e ninguém mais soube notícias dele.
Anos passados, chega a seu genitor uma carta dele, contando que esteve muito
doente e que estava precisando de dinheiro para pagar as despesas com hospital
e medicamentos. O pai, penalizado, fez a remessa do numerário.
Meses
depois, chega outra carta, desta vez assinada por um amigo, comunicando a morte
a de Chico, e em anexo, uma conta das despesas com medicamentos e sepultamento
dele. Outra vez, o pai pesaroso atende a solicitação. Em Aracaju, todos os
conhecidos comentaram a morte do amigo.
Tempos
após, estava eu sentado no muro de minha residência, na rua Estância com Simão
Dias, conversando com duas amigas. Avistei, aproximando-se de nós, o Chico de
Paula. Perguntei às moças: - Vocês estão vendo um rapaz que está passando?
Ambas responderam que sim. Então eu disse: - Esse rapaz morreu há alguns meses
atrás. Eram mais ou menos 18 horas, as moças se despediram e saíram apavoradas.
No
dia seguinte, à tarde, como de costume, fui tomar um cafezinho no Bar Record,
do popular Freitas. Comentei a visão que tive do Chico a um amigo. Nesse
momento, aproximou-se do nós o gerente do bar, por nome Juca. Notamos nele um
esparadrapo na testa e alguns arranhões nos braços e nas mãos.
Antes
que eu indagasse alguma coisa, ele perguntou: - Você também viu aquele filho da
...? Respondi afirmativamente. Aí ele enraivecido, contou: - Eu ia de
bicicleta. Descendo a rua Estância com Porto da Folha, mais ou menos às 18hs30,
quando ouvi aquele safado chamando Juca! Quando olhei, dei de cara com ele.
Fiquei apavorado, perdi o equilíbrio, caí da bicicleta e olha o resultado,
mostrando os arranhões.
Tempos
depois, o nosso personagem, o morto e vivo Chico de Paula, andava normalmente
pelas ruas da cidade.
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A próxima postagem você vai conhecer João Sales de Campos Filho, O Oscarito Sergipano, sujeito arguto e
de verve inteligente e que era respeitado pelos intelectuais de Aracaju.
Juntou-se a uma figura que ele conheceu no Exército, a quem deu o apelido Grande
Otelo. Fez sucesso na vida noturna da cidade.
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Do livro “Aracaju Romântica que vi e vivi”, de Murillo Melins, 4ª. Edição,
2011, Gráfica J. Andrade.
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As imagens aqui reproduzidas foram retiradas do Google.
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