Aracaju/Se,

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mulheres da Antiguidade - KIYA

Isto é História

Mulheres Audaciosas da Antiguidade
KIYA
Vicki León

O fulgurante, mas inconseqüente rei Tut (Tutancâmon da décima oitava dinastia do Egito, 1334-1325 a.C.), recebeu mais do que seus quinze minutos de fama. Mas e sua mãe? Afinal, quem era ela? Até recentemente, parecia que o jovem Tut, que morreu com apenas dezoito anos, era filho do não- ortodoxo faraó Akenaton e de sua deslumbrante mulher, Nefertiti, que também não se deu tão mal na categoria de adulação por parte da imprensa. Como as árvores genealógicas das famílias reais são sobrecarregadas de incestos, não é de se admirar que ainda existam dúvidas. Mas há uma candidata muito mais promissora, a mãe de Tut, uma mulher cuja história é tão merecedora de seus quinze minutos de atenção quanto a de seu filho.

Seu nome de nascença era Tudukhepa, a real filha do rei Tushratta, procedente do reino de Mitani, distante das fronteiras do Egito na Mesopotâmia. Os mitanitas eram um povo misterioso – até hoje existem poucos detalhes sobre sua cultura. Uma sociedade louca por cavalos, os mitanitas usavam carruagens de guerra em suas batalhas travadas contra o Egito pela Síria, país situado entre eles e cobiçado pelas duas nações.

A vida de Tudukhepa coincidiu com a era da Amarna no Egito, quando a religião, a cultura e as artes foram sacudidas até a essência. Os co-sacudidores foram Nefertiti e Akenaton, ambos sonhadores brilhantes que desejavam introduzir o culto a um só deus – e que astutamente reduziram o poder inflado do clero de Amon, há muito tempo entrincheirado. Esse casal realmente adorava a vida em família; eles e suas seis filhas compõem o grupo familiar mais retratado na história. Em nenhum lugar aparece algum filho. Se Tut fosse filho deles, a essa altura já teríamos visto seus retratos de bebê.

Na época em que Tudukhepa estava crescendo, os mitanitas desfrutavam relações cordiais com os egípcios, que haviam transferido sua capital para Tebas em Armana. Para cimentar sua trégua, os dois reis decidiram fazer a união de Tudukhepa com Akenaton (a maioria dos reis apreciava suas filhas mais dos que os pais plebeus; alianças político-sexuais eram convenientes, e muito úteis para a segurança do cargo). Tudukhepa partiu para o Egito, acompanhada por seu pai, presentes de casamentos, como instrumentos musicais raros, e por uma comitiva de fazer inveja a qualquer estrela de rock. Embora Akenaton já fosse casado com uma mulher realmente atraente (e com outras mulheres), Tudukhepa conquistou pelo menos um pedaço de seu coração. Após a cerimônia, em vez de enfurná-la nos aposentos das esposas secundárias, ela se tornou uma de suas favoritas. Ele lhe deu o nome egípcio de Kiya, e títulos tais como “Esposa Muitíssimo Amada”. Muitos artefatos com hieróglifos de Kiya foram encontrados.

Em seu devido tempo, kiya teve uma filha; as outras duas aparecem nos relevos das paredes em Amarna. Mas os eventos deram uma virada trágica durante o décimo primeiro ano do reino do faraó: Kiya desapareceu. Acredita-se agora que ela tenha morrido ao dar à luz seu segundo filho, o menino de ouro, que morreria muito jovem.

(*) – No próximo domingo, dia 24 de julho de 2011, você vai conhecer SEMÍRAMIS, que tirou a sorte grande ao casar com o rei Shamsi-Adad V da Assíria, no século IX a.C., quando o poderio militar dos assírios tomou controle da maior parte da Mesopotâmia. Com a morte do marido passou a governar o país em nome do seu filho Adad-Nirari. Ela introduziu o uso de calças compridas pelas mulheres e, embora tida como inteligente e corajosa, foi acusada de usar os homens como “lenços de papel”.

Um comentário:

  1. Excelente seu Blog Dr., achei por acaso pesquisando sobre prescrição penal, me interessei por outros assuntos postados, e agora já sou um seguidor. Parabéns!!!

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