Aracaju/Se,

segunda-feira, 18 de julho de 2011

À paz perpétua, de Kant

O que estou lendo?

À paz perpétua
(Zum ewigen Frieden)
Autoria: Immanuel Kant
Tradução de Marco Zingano
85 páginas
Editora – L&PM Pocket Plus

Contra-Capa
À paz perpétua

Immanuel Kant (1724-1804), um dos maiores filósofos da civilização ocidental, acreditava que o entendimento entre os homens levaria a uma pacificação entre as nações. À paz perpétua, que foi um enorme sucesso entre a intelectualidade da época, é uma verdadeira surpresa para o leitor atual devido à sua clareza e ao seu pragmatismo. Publicado inicialmente na Alemanha em 1795, é o resultado de toda uma vida de estudo e reflexão crítica sobre a humanidade. Para Kant, as premissas básicas para se chegar a esse estágio de pacificação incluem um governo republicano, liberdade de pensamento para os cidadãos e respeito à autonomia das federações.

Neste ensaio, Kant ressalta não só como alcançar a paz perpétua, como também esboça o projeto de um órgão responsável por promover a união entre as nações, o papel que hoje cabe à Organização das Nações Unidade (ONU). O que será que se perdeu pelo caminho?

Pequena Biografia
Immanuel Kant
(1724-1804)

A filosofia de Immanuel Kant, considerado um dos pensadores mais influentes da Europa moderna e do último período do iluminismo, situa a razão no centro do mundo. Ele nasceu em Konigsberg, capital da Prússia Oriental (atual Kaliningrado, na Rússia). Sendo o quarto de nove filhos, passou grande parte da vida nas cercanias de sua cidade natal. Dos pais luteranos recebeu uma educação religiosa e severa, baseada em princípios que pregavam uma vida simples, respeito e obediência à moral. Na escola da cidade aprendeu latim e línguas clássicas. Aos dezesseis anos ingressou na universidade de Konigsberg, na qual se aprofundou na filosofia de Gottfried Wilhelm Leibniz e de Christian Wolff, sob a orientação de Martin Knutzen, um racionalista, que apresentou a Kant a nova física matemática de Newton.


Kaliningrado

Em 1746, após a morte do pai, Kant foi obrigado a interromper os estudos universitários e começou a dar aulas particulares para manter a família. Mesmo assim, não se afastou dos estudos e em 1749 publicou sua primeira obra filosófica, Pensamentos sobre o verdadeiro valor das forças vivas. Em 1754 conseguiu retornar à universidade e concluir o doutorado, tornando-se professor universitário. Lecionou lógica, metafísica, filosofia moral, matemática física e geografia.


Universidade de Konigsberg

Na primeira parte de sua vida intelectual, Kant publicou diversas obras nas áreas das ciências naturais e da física, como a História universal da natureza e teoria do céu (1755), na qual esboçou a hipótese da nebulosa, que afirmava que o Sistema Solar se formara a partir de uma grande nuvem de gás, dando novos rumos à astronomia. No início dos anos 1760, Kant, influenciado pela filosofia de Hume, começa a dar forma à tese central de sua filosofia, de que o conhecimento humano pressupõe a participação ativa da mente humana, dando origem a livros que são os pilares de sua obra. São eles: Crítica da razão pura (1781), que criou as bases para a teoria do conhecimento como disciplina filosófica e marcou o início da filosofia moderna, Fundamentação da metafísica dos costumes (1785), Crítica da razão prática (1788) e Crítica da faculdade do juízo (1790). Em comum, todos eles defendem um profundo estudo do conhecimento humano, das formas e dos limites das faculdades cognitivas do homem, partindo do princípio de que o conhecimento começa com a experiência, mas não deriva dela.

Em 1792, Kant publicou A religião nos limites da simples razão, livro que levou o rei Frederico Guilherme II a proibi-lo de ensinar ou escrever sobre temas religiosos. Três anos depois publicou À paz perpétua, obra de sua maturidade, na qual discute as possibilidades da paz e defende o regime republicano. Pacifista, apoiou a independência americana. Kant levou uma vida calma e regrada, não se casou e não teve filhos. Morreu em Konigsberg, dois meses antes de completar 80 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...