segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Florbela Espanca - Sonetos
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Sonetos
Autoria – Florbela Espanca
Aletheia Editores - Lisboa
Contra-Capa
Florbela Espanca nasceu a 8 de dezembro de 1894, em Vila Viçosa, Portugal. Filha ilegítima (ou de “pai incógnito”), foi baptizada com o nome de Flor Bela de Alma da Conceição. Freqüentou a escola primária em Vila Viçosa, o Liceu André de Gouveia, em Évora (um liceu masculino), e a Faculdade de Direito de Lisboa. Casou-se por três vezes (1913, 1921 e 1925) e trabalhou como jornalista e tradutora. Florbela Espanca tornou-se um dos poetas portugueses mais célebres de todos os tempos. Cantora do Amor, a sua obra ímpar é fruto de um feminismo, muito ao gosto dos anos 20, mas também das contradições que lhe iam no espírito. Morreu (suicidou-se) a 8 de dezembro de 1930, em Matosinhos. Dela disse Fernando Pessoa ser uma “alma sonhadora, irmã gémea da minha”.
Um soneto de Florbela
A Maior Tortura
A um grande poeta de Portugal
Na vida, para mim, não há deleite.
Ando a chorar convulsa noite e dia...
Não tenho uma sombra fugidia
Onde poise a cabeça, onde me deite!
E nem flor de lilás, tenho que enfeite
A minha atroz, imensa nostalgia...
A minha pobre Mãe tão branca e fria
Deu-me a beber a Mágoa no seu leite!
Poeta, em sou um cardo desprezado,
A urze que se pisa sob os pés.
Sou, como tu, um riso desgraçado!
Mas minha tortura inda é maior:
Não ser poeta assim como tu és,
Para gritar num verso a minha Dor!...
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